Marieta Konder, de Itajaí, é um dos hospitais que mais consomem sangue em Santa Catarina

Começa nesta segunda-feira em todo o Brasil a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, mas aqui no Litoral Norte quem decidir comemorar doando sangue terá que ir até um hemocentro em cidades próximas como Blumenau e Florianópolis. Apesar de a cidade ser uma das recordistas de doações e o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, ser um dos que mais demanda hemocomponentes, ainda não há na região um centro de captação.

É o que a bancária Diana Araújo Resende, 28 anos, está se programando para fazer. Moradora de Porto Belo e doadora voluntária há três anos, nem sempre ela consegue ter a sorte de poder doar quando a unidade móvel do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) está em Itajaí ou Balneário Camboriú.

– Já estou me programando para ir a Florianópolis- diz.

Diana começou a doar sangue porque a mãe sempre foi doadora e com a idade não pôde mais colaborar. Assim, ela se engajou e agora tenta fazer do marido um doador. A bancária faz pelo menos duas doações por ano.

A exemplo dela, centenas de moradores do Litoral contribuem com o Hemosc, especialmente quando a unidade móvel está na região. A coordenadora de captação do centro, Roseli Sandrin, diz que a região é uma das que mais apresenta doadores voluntários.

– Itajaí sempre atinge a meta e se ficássemos mais um dia com o ônibus na cidade sabemos que teríamos ainda mais doações – diz.

Roseli lembra que o Litoral Norte é um a região que ainda não tem um hemocentro próprio, sendo que em todo o Estado são 10 unidades. Para ela, a necessidade de implantação é visível pela potencial de doações e também pela demanda.

Conforme a coordenadora, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, é a unidade hospitalar de Santa Catarina que mais consome hemocomponentes. Dados do hospital informam que em outubro deste ano foram utilizadas 639 bolsas em 198 pacientes. Desses pacientes alguns são internos do hospital (137) e outros foram trazidos de outras unidades (61).

A responsável pela agência transfusional do Marieta, Cristiane Mafli, explica que a grande demanda se dá em um função da unidade ser referência na região e atender muitos traumas. Além dos internos, o Marieta realiza transfusões em pacientes encaminhados de outras unidades com deficiências de coagulação, por exemplo.

O hospital recebe os hemonocomponentes (concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas) prontos do Hemosc e usa de acordo com a demanda. Mas no caso das plaquetas, que têm validade de apenas três dias, muitas vezes é necessário buscar os componentes em Florianópolis.

Estoques estão mais baixos para RH negativo

A semana do doador foi instituída pelo Ministério da Saúde, sendo comemorada sempre na última semana de novembro. Neste ano o foco é lembrar o voluntário que ele faz a diferença, especialmente aqueles com tipo sanguíneo de RH negativo.

Cristiane Mafli explica que esses são os tipos sanguíneos mais raros, por isso há uma necessidade maior. Na semana passada, o banco do centro estava com estoque baixo dos tipos O+, O- e A-.

Quem vive na região e quer se tornar um doador voluntário pode começar no próximo mês; A unidade móvel do Hemosc estará na frente do hospital Marieta nos dias 12, 17 e 19 de dezembro.

Saiba mais sobre a doação de sangue:

O que é?

É a retirada de aproximadamente 450 ml de sangue, por meio de inserção de uma agulha em um dos braços. A coleta é feita por profissionais capacitados e sob supervisão de um médico ou enfermeiro. Todo o processo leva em torno de 55 minutos. O sangue doado não ultrapassa 10% do volume em circulação no corpo.

Por que doar?

Todos os dias acontecem centenas de acidentes, cirurgias e queimaduras violentas que exigem transfusão. Os portadores de hemofilia, leucemia e anemias também precisam de transfusão. Doar sangue é simples, tranquilo e seguro que não provoca risco à saúde.

Tipos de doação:

Doação Espontânea: feita de modo altruísta, como uma atitude

Solidária com um único interesse: ajudar o próximo

Doação vinculada: feita a algum paciente

Doação autóloga: doar para si mesmo

O que é necessário para doar?

Ter idade entre 18 e 69 anos, 11 meses e 29 dias; doadores entre 16 e 17 anos são aceitos mediante a presença e autorização formal dos pais e/ou responsável legal; limite de idade para primeira doação é de 60 anos; candidato à doação deve estar em boas condições de saúde, sem feridas ou machucados no corpo; pesar acima de 50 kg (com desconto de vestimentas); apresentar documento de identidade com foto emitido por órgão oficial; evitar o jejum e fazer refeições leves nas 4 horas que antecedem a doação; evitar uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas; evitar vir acompanhado com crianças ou sem acompanhantes.

Após a doação?

Não fumar por no mínimo duas horas; nas 12 horas após a doação, não praticar exercícios físicos e atividades perigosas; permanecer no serviço hemoterápico após a doação por 15 minutos. Intervalo entre as doações: Mulheres: 90 dias ou 3 doações nos últimos 12 meses Homens: 60 dias ou 4 doações nos últimos 12 meses

Não pode doar:

Quem tem ou teve as seguintes doenças: hepatite após os 11 anos de idade; hanseníase; hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto; doença autoimune; doença de Chagas; AIDS; problemas cardíacos (necessita avaliação e declaração do seu cardiologista); diabetes e câncer. Fez ou faz uso de algumas drogas ilícitas nos últimos 12 meses; mantém relações sexuais de risco; gestantes ou mulheres que amamentam bebês com menos de 12 meses.

Antes de doar:

Antes da doação você passará por um processo de pré-triagem e uma entrevista individual. Se estiver com algum problema de saúde ou apresentando sintomas como perda de peso, manchas na pele, caroços pelo corpo (ínguas), feridas na boca, não doe sangue e procure um médico.

Onde doar:

As doações podem ser feitas nas sedes do Hemosc, em SC, nas cidades de Florianópolis, Tubarão, Criciúma, Lages, Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Joaçaba, Canoinhas e Chapecó. Confira os endereços e horários no site www.hemosc.org.br.