O ex-policial militar Ronnie Lessa fechou um acordo de delação premiada no inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. Nesta terça-feira (23), durante a delação, Domingos Brazão, o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), foi apontado como mandante do assassinato.
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Brazão, de 58 anos, sendo 25 anos na política, já foi vereador, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos, entre 1999 e 2015, e, atualmente conselheiro TCE-RJ. O nome de Domingos Brazão já esteve associado a processos judiciais, suspeitas de corrupção, fraude e até mesmo de homicídio. além disso, seu nome já foi citado em outros momentos na investigação do caso Marielle Franco.
Antes de Lessa, Brazão também havia sido delatado pelo ex-policial Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro utilizado no crime. Brazão foi apontado como suspeito de ter enviado uma testemunha falsa para atrapalhar as investigações e também foi relacionado ao grupo conhecido como Escritório do Crime, que estaria envolvido na morte da vereadora.
Segundo o jornal O Globo, existe a possibilidade de Lessa ter citado o nome de Brazão na delação por ter foro privilegiado, já que a delação está na mesa do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Brazão nega envolvimento no crime
Ainda na tarde desta terça-feira (23), Domingos Brazão negou ter mandado matar Marielle Franco. Em entrevista ao Metrópoles, o conselheiro afirmou que “ninguém lucrou mais com o assassinato da vereadora do que o próprio PSol”.
Membro de uma família de políticos, ele nega conhecer Lessa, Élcio, e a própria Marielle. Também faz questão de dizer que nunca teve relação com milicianos.
Domingos Brazão disse ao Metrópoles não temer a investigação, e que o uso de seu nome pode ser parte de uma estratégia dos executores do crime para proteger alguém.
“Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação e vão surpreender todo mundo aí”, diz o político na entrevista.
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Bolsonaro fala sobre o caso
Em seu perfil no X (antigo Twitter), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que já teve seu nome associado ao assassinato de Marielle Franco, se pronunciou sobre o apontamento de Domingos Brazão como mandante do crime. Ele escreveu:
“O caso Marielle se aproxima do seu final com a delação de Lessa (ainda não homologada). Também cessa a narrativa descomunal e proposital criada por grande parte da imprensa e pela militância da esquerda.”
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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