Quando é tarde demais para ter a palavra da vítima, a polícia busca na perícia respostas necessárias para resolver um crime. É a certeza de que, sob os olhos de um médico-legista, o “corpo fala”.
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São essas evidências que o delegado Wanderson Alves Joana aguardou até o final da tarde de terça-feira para responsabilizar Luís Carlos Mellies, 32 anos,pela morte da esposa Andreza Cardoso Amaral Mellies, de 28. Ele foi indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
Andreza morreu na madrugada de terça. Ela havia sido vítima de agressões do marido na tarde de segunda-feira. Como o casal estava na casa do pai dela, João Cardoso Amaral, 63 anos, a cena foi presenciada por outras pessoas da família.
Segundo João contou à polícia, a filha recebeu empurrões e um pontapé, mas estaria bem quando voltou para casa com o marido. Na madrugada, o pai recebeu um telefonema de Luís Carlos, que avisava sobre o estado de saúde da companheira.
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Ela estava desacordada quando foi socorrida pelo Samu e levada ao PA Sul de Joinville. Com parada cardiorrespiratória, Andreza não resistiu. Luís Carlos acabou preso em flagrante. Antes de receber o laudo, havia dúvidas sobre o que matou Andreza porque a polícia encontrou veneno e medicamento na casa.
O exame cadavérico constatou que a morte foi causada por múltiplos traumas na cabeça. Havia ainda marcas de agressão nos olhos e nos braços. Em depoimento, Luís confessou que agrediu a mulher, porém sem a intenção de matá-la. Ele contou que tinha bom relacionamento com a esposa, mas que perdeu a cabeça depois de descobrir uma traição. Pelo menos seis testemunhas foram ouvidas pelo delegado.
Discussão por causa de mensagens
À polícia, Luís Carlos Mellies admitiu que chegou a agredir Andreza, mas que teria agido apenas para controlar a mulher, supostamente agitada. Conforme o delegado Wanderson, o marido reconheceu que as discussões começaram por causa de mensagens trocadas pela mulher com outras pessoas na internet.
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Investigadores levaram Luís Carlos até a casa dele na manhã de terça-feira para recolher o computador e vistoriar a suposta cena do crime. Andreza deixa dois filhos. O pai de Andreza, João Carlos Amaral, diz ter se surpreendido com o desfecho da briga porque considerava o genro um segundo filho.
– Era um homem bom. Não pude mais ver o que aconteceu depois da briga na minha casa, mas acredito que ele tenha perdido a cabeça -, lamenta.