O pedido habeas corpus impetrado por Leonardo Natan Chaves Martins, indiciado pela morte da esposa Gabriella Custódio Silva, em Joinville, foi negado durante sessão realizada nesta quinta-feira (29), em Florianópolis. Em decisão unânime, tendo como relator o desembargador Antônio Zoldan da Veiga, da 5ª Câmara Criminal, o jovem deve permancer preso aguardando o desenrolar do processo criminal.
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O pedido de soltura foi solicitado pela defesa de Leonardo em 26 de agosto. Dentre os itens citados no habeas corpus está a apresentação voluntária do jovem à Delegacia de Homicídios (DH) depois do crime. Agora, conforme o advogado Pedro Wellington Alves da Silva, um novo pedido de HC perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) nos próximos dias.
Em 7 de agosto, a Polícia Civil concluiu o inquérito policial que indiciou o jovem por feminicídio — crime se caracteriza pela maior parte dos casos ter como principais suspeitos o companheiro ou ex-companheiro da vítima e estar relacionado à violência doméstica ou discriminação de gênero.
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O pai de Leonardo, Leosmar Martins, foi indiciado por fraude processual e posse ilegal de arma. Já outros dois amigos de Leonardo podem responder por fraude processual porque foram encontrados trafegando com o carro usado para levar a jovem até um hospital após o tiro.
Em depoimentos prestados à polícia, Leonardo Martins afirmou que a arma teria disparado sozinha. A versão foi confrontada pelos investigadores e um dos pontos considerados para o indiciamento. Para a investigação essa é uma questão que independe de prova, uma vez que "armas não disparam sozinhas e, para uma arma disparar, mesmo com defeito, ela precisa no mínimo de um impacto ou acionamento mecânico".
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— Nós entendemos que houve o acionamento mecânico feito pelo investigado — declarou o delegado Eliezer Bertinotti, responsável pelo inquérito, em entrevista à "AN" na época do crime.

Relembre o crime
Gabriella Custódio Silva foi morta com um tiro por volta das 17h30 do dia 23 de julho na rua Arno Krelling, no Distrito de Pirabeiraba, na zona Norte de Joinville. Gabriella teria sido atingida por um disparo de arma de fogo dentro de casa, colocada no porta-malas de um Chevrolet Captiva e levada ao Hospital Bethesda.
Após deixá-la no hospital, Leonardo Nathan fugiu do local. A partir da placa do veículo foi descoberto que o proprietário era o marido da vítima. Os policiais foram até o endereço registrado e não o encontraram.
Quando os policiais estavam realizando buscas, a Captiva passou pela rua com duas pessoas. O motorista informou que o veículo havia sido deixado na casa de um amigo e, posteriormente, descobriram que o carro estava envolvido no crime. Por isso, estavam o levando à casa do proprietário, quem eles conheciam.
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A Polícia Militar conduziu as duas pessoas até a Delegacia de Polícia para prestarem depoimento. Leonardo teria deixado Gabriella no hospital já sem vida.
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