A expressão até pode soar estranha, mas o profissional que recebe essa denominação tem sido muito requisitado para quebrar o galho das donas de casa. Trata-se do marido de aluguel, um profissional autônomo que instala novos equipamentos, fura as paredes e reforma sistemas elétricos e hidráulicos das residências.
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Com cursos de qualificação ou ensino técnico, eles chegam a faturar, no final do mês, mais do que muitos profissionais recém-formados em cursos superiores. O mercado é tão positivo para os prestadores do serviço que empresários apostam no setor e abrem negócios com equipes especializadas para cada tipo de função.
O casal Tatiana Fingerhut e Wilker Uliana abriu uma franquia da Doutor Resolve, maior rede de reparos e reformas do Brasil, em 2007. Hoje, eles administram uma das quatro empresas da marca em Florianópolis, no Norte da Ilha, e, apesar de não estarem sozinhos no mercado, confirmam que a quantidade de trabalho é grande.
– A nossa diferença principal em relação aos profissionais autônomos é a presença de um espaço físico, o que dá segurança para o cliente porque qualquer problema ele pode vir à loja que daremos a garantia do serviço. Além disso, uma rede de franquias conta com a ouvidoria, que é segurança a mais para o consumidor – afirma.
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A empresa possui quatro funcionários treinados para realizar reformas elétricas, hidráulicas, instalação de utensílios domésticos – trocar chuveiro, instalar ventilador e até mexer na alvenaria. Tatiana ressalta que a franqueadora proporciona treinamentos regulares para os funcionários e que existem parcerias com grandes empresas para a qualificação dos empregados.
O diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de São José e Palhoça, Marcos Hollerweger, reforça que a procura pelos serviços de reformas residenciais é grande, mas que o mercado exige um número ainda maior de pessoas qualificadas. Ele lembra que a qualificação dos profissionais está mais acessível, pela diversidade de cursos e por uma série de oportunidades gratuitas para os interessados, a exemplo do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e do Programa Jovem Aprendiz.
– As pessoas que têm qualificação vão orientar os clientes de uma maneira mais técnica, inclusive para a utilização de produtos que tenham uma eficiência melhor, com consumo racional, capaz de gerar o benefício de redução de custos, no futuro, para quem contrata os serviços.
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Treinamento em outras empresas agrega qualidade
José Edmar dos Santos trabalhou durante 12 anos como terceirizado na Casan. Em 2007, virou autônomo e começou a trabalhar por conta própria em toda a Grande Florianópolis. Quando há um problema na rede hidráulica, ele e o sócio são chamados para fazer o reparo. Vão até a casa do cliente com um Fiat Fiorino e fazem a restauração do registro de água, reparam as torneiras e colocam todos os tubos e conexões necessárias nas residências.
Embora já tivesse experiência no ramo, José Edmar fez cursos da Docol e da Deca, empresas de materiais sanitários, para ter mais conhecimento do trabalho que executa. O resultado é a indicação da “Dois Amigos”, nome da parceria, feita por clientes antigos e por empresas como a Casas da Água, da Capital. Com cerca de 10 atendimentos por semana, ele consegue ganhar cerca de R$ 2 mil por mês.
– Se não tiver um curso ou uma experiência na área, é difícil de fazer o conserto. Oitenta por cento dos serviços que realizo é em cima de reparos de outras pessoas contratadas, mas que dão errado – ressalta.
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