Cerca de 50 famílias vivem da maricultura na baía da Babitonga, no Litoral Norte do Estado. Os produtores estão preocupados com o vazamento de óleo da embarcação que virou há duas semanas em alto-mar em São Francisco do Sul, afirma o presidente da Associação de Maricultores da Babitonga, Elias Correia.

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É época de plantio, e sementes de ostras e mexilhões começam a ser cultivadas na água para serem vendidas em seis meses.

– Se vier óleo no mariscal, não vamos conseguir vender, seja por causa do óleo, ou porque a notícia correu – teme.

Os moluscos são os primeiros animais marítimos a sentirem os efeitos da contaminação por óleo. Por filtrarem a água para se alimentar, morrem ou ficam impróprios para consumo.

A seguradora da Norsul já fez vistoria em mariscais para verificar se houve mortes de culturas. Um deles foi o de Almir Henning. Ele cultiva 10 toneladas de sementes em Enseada e 120 toneladas de mexilhões em Iperoba.

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Os produtores esperam o resultado das análises de laboratório, encomendadas pela seguradora.

– Na Enseada, não houve mortandade, apesar do óleo. O marisco emagreceu e desovou, mas não morreu. Em Iperoba, muitos mariscos morreram, o que não é normal – conta.

O excesso de chuvas – ou seja, de água doce – como o que houve nesta semana pode também ter contribuído para a morte.