A cantora e atriz inglesa Marianne Faithfull concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira em um hotel de Porto Alegre. Um dos principais destaques da programação do 18º Porto Alegre Em Cena, a artista apresenta-se na sexta e no sábado no Teatro do Bourbon Country, acompanhada do guitarrista Doug Pettibone.

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Simpática apesar de cansada da viagem (“Estou sofrendo ainda com o jet lag”), Marianne falou sobre sua carreira, suas lembranças do Brasil – as primeiras vindas foram no final dos anos 1960 -, os novos parceiros musicais, drogas, literatura. Só não falou dos Rolling Stones, de quem foi musa e namorada:

– Essa é a minha nova política: não falo de Stones.

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Perguntada sobre seus mais recentes discos, gravados com a participação de músicos como Jarvis Cocker, Rufus Wainwright, Beck, Nick Cave e Cat Power, Marianne comentou que na verdade não se interessa muito pela música pop atual.

– Gosto desses músicos, mas eles não são mais “quentes”. Não ligo para o momento, não me interesso por Arctic Monkeys. Gosto de jazz, música clássica, amo blues. Mas não o Top 10, que é uma porcaria – disse a artista, que confessou ter amado trabalhar com Lou Reed, amigo de longa data, em seu mais recente álbum, Horses and High Heels (2011).

Marianne também falou sobre outras cantoras:

– Billie Holiday é meu grande ídolo, gosto de Bessie Smith também. Amy Winehouse era tão pequena, tão frágil… Fiquei muito triste, ela tinha uma grande voz.

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A intérprete que surgiu em 1964 cantando a música “As Tears Go By” lembrou o começo da carreira:

– Eu tive muita sorte de fazer parte de uma geração incrível, ao lado de Beatles, Stones, The Who. A arte britânica em Londres na época era ótima, conheci muito gente no tempo que era casada com o artista John Dunbar.

Outro tema abordado foram as drogas:

– Eu era muito extrema. Me diverti muito com elas, curti muito, como muitas pessas na época. Mas drogas não foram boas para a minha voz. Por outro lado… (risos) Minha voz agora é assim por causa delas. Na verdade, não sei o que eu acho delas: às vezes, acho que foi ruim, noutras, que foram boas…

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Um dos próximos projetos de Marianne Faithfull é gravar 23 sonetos de William Shakespeare, talvez para a internet. Instigada a dizer um desses poemas, a diva brindou os jornalistas com o soneto 116 do bardo inglês.