O deputado federal Mauro Mariani tem em mãos, desde 21 de julho deste ano, um trunfo de dar inveja a qualquer um que sonhe em governar Santa Catarina: a carta branca para negociar composições eleitorais como pré-candidato único do PMDB.

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Foi naquela data, em Criciúma, que o vice-governador Eduardo Pinho Moreira anunciou apoio à pretensão do parlamentar, deixando de lado a própria condição de postulante e as insinuações de que preferiria o prefeito joinvilense Udo Döhler. Com o gesto do ex-adversário interno somado ao apoio já declarado do senador Dário Berger, Mariani ganhou fôlego e folga para construir seu projeto.

Desde então, o deputado federal demorou um pouco para lançar mão da carta branca que recebeu da cúpula peemedebista – da qual faz parte, como presidente estadual da sigla. Priorizou a movimentação interna, com as 36 reuniões regionais do programa 15 em movimento, e minimizou conversas com os demais partidos. O tamanho e a capilaridade da base peemedebista justificam até certo ponto essa posição – o PMDB unido é o maior aliado que ele pode ter.

No entanto, essa condução passou a ser questionada nos grupos que buscam reativar a pressão em torno de Udo Döhler. Há quem fale que Mariani não agrega e que sua postura vai isolar o partido. O joinvilense surgiria como a chance de manter viva a aliança com o PSD do governador Raimundo Colombo – note-se que o sotaque dos peemedebistas que criticam Mariani é parecido com o dos pessedistas que fustigam a pré-candidatura de Gelson Merisio (PSD).

No entanto, o peemedebista dá mostras de que quer começar a usar a carta branca de julho. Há alguns dias, procurou o senador e pré-candidato tucano Paulo Bauer (PSDB). Em um jantar, com participação de Vinicius Lummertz, presidente da Embratur, falaram sobre o potencial de ambas as candidaturas e das chances de estarem juntos em 2018 – um deles ao governo, outro ao Senado.

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Uma aliança entre PMDB e PSDB praticamente prescinde de outras legendas. Ambos os partidos têm nomes de peso eleitoral e regional para completar a chapa. O maior empecilho é a disposição que as duas legendas demonstram em ter candidatura própria.

Maior partido do Estado, o PMDB tem uma militância e diversas lideranças que se recusam a abrir mão da cabeça-de-chapa pela terceira eleição seguida. Os tucanos, por sua vez, ganharam musculatura e nunca chegaram tão fortes a uma eleição em Santa Catarina. Neste momento, o mais importante é que Mariani e Bauer, ambos pré-candidatos oficiais de seus partidos apesar de resistências internas, estão se mexendo.