“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.” A reflexão é do pensador Confúcio e define muito bem Maria Salette Engels Werling. Aos 54 anos, a artista plástica encara a arte mais como estilo de vida do que trabalho. Nascida em Taió, contabiliza três décadas de carreira – e não pretende parar.
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No ateliê colorido por suas próprias obras, em uma bela casa no bairro Velha, em Blumenau, ela se perde entre pincéis e tubos de tinta – itens que, conta, ninguém mais tem permissão para manusear. Mas o ciúme para por aí. Maria Salette quer mesmo é partilhar sua arte com quem estiver disposto a interpretá-la.
Os 30 anos de arte foram comemorados no fim de 2013, mas o ciclo de celebrações será fechado somente agora, com a terceira parada da exposição vivenciAR-TE, que abriu quinta-feira à noite no Museu de Arte de Blumenau (MAB), na Fundação Cultural.
Patrocinada pelo Fundo Municipal da Cultura, a mostra – que já passou pela Uniasselvi e Furb – vai dividir espaço com outras três exposições: Reverbera, de Roberta Tassinari; Caleidoscópios Humanos, de Élcio Miazaki; e Magia da Cor e da Forma, de Roy Kellermann. Elas ficam à disposição do público até 21 de abril.
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Na mesma noite foi lançado ainda o livro Roy Kellermann e a Magia da Cor e da Forma, de Ely Steininger, em memória ao saudoso artista blumenauense.
– Com essa exposição eu quis mostrar que 30 anos não significam “cheguei aqui”, e sim “estou crescendo sempre” – comenta Maria Salette.
O início e o meio
A artista tinha 11 anos quando começou a pintar. Exercitou o dom primeiramente preenchendo contornos de desenhos. Ainda em dúvida sobre o próprio talento, mais tarde decidiu fazer magistério e se tornar professora. Cursou Educação Artística na Furb e também na Udesc – tudo com o apoio absoluto dos pais.
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– Foi nessa época que eu descobri o prazer de criar minhas obras. Gostei da brincadeira de poder colocar um pouco de mim em cada trabalho.
::: MAB tem outras três mostras, entre elas homenagem a Roy Kellermann
Depois de se formar, em 1983, Maria Salette voltou para Taió e começou a dar aulas. Foi na mesma época que conheceu a Galeria Municipal de Artes Curt Schroeder, em Rio do Sul. Com ajuda do namorado (hoje marido), que morava na cidade, criou coragem para levar seus trabalhos até o local. Foi o começo de uma nova vida para a jovem cheia de sonhos.
– Havia salões, exposições, e eu fui participando de tudo. Não parei mais e nem consigo, se eu parar me falta alguma coisa. Hoje acho que tenho na conta umas 140 exposições coletivas e 40 individuais. É muita coisa!
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::: Cinco motivos para não perder a primeira temporada do MAB
Na mostra vivenciAR-TE, 15 pinturas de morros e paisagens do Vale do Itajaí – marca registrada da artista – confirmam a forte relação com a região.
– A Maria Salette sempre representou muito bem o Vale – aponta a também artista plástica Maria Goretti Campos Ferreira.