A piloto de testes da Marussia, Maria de Villota, deu sua primeira entrevista após o terrível acidente sofrido por ela durante testes da equipe em um aeroporto na Inglaterra, durante o mês de julho. Para a revista espanhola Hola, a piloto disse que lembra de tudo, desde o acidente ao impacto, além de o momento em que acordou após o ocorrido.
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– Eu lembro de tudo, até mesmo do momento de impacto. Quando eu acordei todo mundo estava ao meu redor e eles nem sabiam se eu iria falar ou como eu iria falar. Então comecei a falar inglês porque eu pensei que eu estava em um check-up da FIA e pensei que o enfermeiro era um instrutor – contou a piloto, que acrescentou:
– Então meu pai disse: ‘Por favor, Maria, fale em espanhol, porque sua mãe não está entendendo metade das coisas’ e então eu que fiquei ciente de tudo: o que havia acontecido, onde eu estava e porquê.
No acidente, a piloto perdeu seu olho direito e passou vários meses se recuperando no hospital antes de retornar para a casa dela. Após o ocorrido, De Villota garantiu que tem uma nova visão e entendimento sobre o sentido da vida e do valor dado para as coisas.
– O acidente me deu uma nova perspectiva de vida, sobre o que realmente importa. Eu fui ensinada que para alcançar o que você quer você precisa se educar em sacrifício pelo esforço. Agora, tenho apenas um olho, mas percebo as coisas muito mais do que antes. Antes disso, minha vida era uma corrida contra o relógio, e, agora, eu sei que tenho que parar e ver as coisas de uma maneira diferente – explicou a espanhola.
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De Villota também contou sobre o choque de se ver pela primeira vez no espelho após o acidente e todos os machucados que teve no rosto. Apesar de tudo, a piloto acredita que o pior já passou, mesmo ciente de que terá de passar por mais cirurgias em um futuro breve.
– No começo eles estavam cobrindo ele (o olho), então eu não podia ver. No primeiro dia em que eu me vi no espelho vi que tinha 140 pontos no rosto, que pareciam costurados como corda de barco, e eu perdi meu olho direito, fiquei horrorizada – contou a espanhola, e acrescentou:
– Vou ter que fazer mais cirurgia em breve, mas o pior já passou. Tenho dores de cabeça que eles não sabem quanto durará, talvez anos. Eu tenho que controlar muito os meus esforços por causa da pressão craniana. Também perdi o paladar e o olfato, que é ligado com o paladar. Agora, eu gosto de coisas com gosto bem forte – disse.