A obra da Margem Esquerda resistiu à cheia do Rio Itajaí-Açu que atingiu 10m51cm em 23 de setembro. O trecho maciço de rochas à beira do rio entre a Ponte Aldo Pereira Andrade (de Ferro) e a Ponte Adolfo Konder, apareceu nesta segunda, depois de quase 20 dias submerso devido às cheias do rio.
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Diferente do estrago de setembro de 2011 quando a Prainha e 18 imóveis localizados nas margens foram interditados após a elevação, visualmente a contenção resistiu e segurou a margem, segundo o secretário de Obras, Paulo França. Mesmo assim, uma avaliação mais detalhada está prevista. O secretário não estabeleceu uma data para finalizar a análise.
As obras foram paralisadas em 13 de setembro, por determinação da Justiça, que acatou denúncia do vereador Jefferson Forest (PT) alegando irregularidade relacionada à Zênite Engenharia, que fiscaliza os trabalhos. E é justamente esta paralisação que preocupa quem mora perto do local. A vice-presidente da Associação de Moradores da Margem Esquerda, Silvana Fátima Müller, acredita que o enrocamento só resistiu porque o Itajaí-Açu não subiu mais:
– A princípio, as partes que têm enrocamento (paredões de rochas agrupadas) resistiram. Mas teve uma casa que quase escorregou. Se o rio tivesse subido mais dois metros, esta casa teria escorregado.
O administrador de um bar que fica à beira da obra, Thiago Augusto de Oliveira, 26 anos, observou o Itajaí-Açu avançar sobre a barreira de rochas na sexta-feira, 20 de setembro:
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– Acredito que as proteções de pedras ajudaram a segurar os barrancos. A água chegou a passar sobre a estrutura, mas parece que não afetou.
Oliveira relata que durante a cheia, viu funcionários da empresa que executa a obra, a Construvias, acompanhando o nível do Rio Itajaí-Açu na Margem Esquerda. Mas a empresa se mantém afastada das obras. A Construvias não retornou as ligações do Santa na segunda-feira à tarde para informar exatamente em que estágio as obras pararam.
Novo edital será lançado em 15 dias
Com a suspensão do contrato da Zenite Engenharia, que fiscalizava as obras da margem esquerda, a prefeitura precisa lançar um novo edital de licitação. Atualmente, a concorrência é elaborada pela Secretaria de Administração.
Segundo a diretora de Compras e Licitações, Ana Maria da Silva, o documento levará pelo menos mais 15 dias para ser confeccionado e, depois da publicação, serão mais 30 dias até a abertura dos envelopes das candidatas.
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O secretário de Obras, Paulo França acredita que este processo não interferirá na conclusão da obra, calculada para ocorrer em 15 semanas, até janeiro de 2014.
O único empecilho ao andamento pode ser o clima. Ou a falta de verbas, como detalha França:
– Temos R$ 10 milhões, gastamos R$ 6 milhões. Deste valor, temos R$ 4 milhões do Badesc e precisamos de mais R$ 6 milhões para concluir a obra. Estamos buscando alternativas, com o governo estadual ou federal.