A maré muito baixa chama a atenção dos moradores de Florianópolis nesta terça-feira. Isso porque o dia foi o ápice de um fenômeno conhecido como maré seca, que deve perdurar até a sexta-feira.
Continua depois da publicidade
O nível da água na baía está tão baixo que encalhou embarcações e deixou à mostra faixas de areia, entulhos e plantas marinhas na orla da avenida Beira-mar da Capital.
Veja mais imagens da maré seca no blog De olho nas ruas
De acordo com o oceanógrafo da Epagri/Ciram, Argeu Vanz, este é um evento comum, causado pela chegada da lua cheia – que ocorre nesta quarta-feira e é responsável, junto à lua nova, pelas maiores amplitudes de maré – associada ao vento de norte/nordeste, que afasta a água da costa.
– Sempre que temos essa mudança na fase da lua temos marés astronômicas, então é algo muito comum. O incomum é ter isso coincidindo com os ventos atuando, o que deixa a maré ainda mais baixa – explica o oceanógrafo.
Continua depois da publicidade
Fenômeno pode favorecer pescadores
Se esse cenário inicialmente obriga alguns pescadores a moverem seus barcos com as mãos, caminhando pelo terreno sem água, pode beneficiar a categoria em alguns dias.
Vanz diz que essa água que saiu da costa com temperaturas quentes, geralmente é substituída por águas mais frias, em um outro fenômeno, mais raro, chamado ressurgência.
A ressurgência ocorre quando águas profundas e frias, vindas de uma região do oceano onde a luz solar não alcança, chegam à costa. Por não estarem expostas ao sol, são mais ricas em nutrientes do que as águas superficiais, tanto que são áreas de grande importância para a pesca.
– Se a água gelada se aproxima da costa, os peixes não precisam ir à regiões mais frias e ficam por aqui, o que é ótimo para o pescador local – informa o oceanógrafo.
Continua depois da publicidade