O ciclone que passou pelo litoral do Uruguai e do Sul do Rio Grande do Sul também causou estragos no litoral catarinense nesta quinta-feira. Por causa desse efeito meteorológico e do horário de pico das marés, muitas praias e ruas do litoral catarinense foram alagados pela maré alta no começo da tarde. Na Ilha de SC, muitas ruas ficaram comprometidas. A Avenida da Saudade ficou com apenas uma pista liberada no sentido Norte da Ilha. Já na Via Expressa Sul, que liga o centro com o Norte da Ilha, os dois sentidos da rodovia ficaram alagados. Outros pontos que registraram a maré alta em Florianópolis foram: Madre Benvenuta no bairro Santa Mônica, bairro Sambaqui e o Parque de Coqueiros.

Continua depois da publicidade

Também no Sul da Ilha, moradores bloquearam a nova ponte na rua Diomício Freitas, impedindo o acesso dos motoristas ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Alguns moradores tiveram suas casas invadidas pela água e tiveram que subir os móveis, como cadeiras, mesas e geladeiras. Para não perder o vôo, muitas pessoas desceram de ônibus e táxis e foram a pé até o Aeroporto Hercílio Luz.

Na última segunda-feira, foi inagurada a nova pista da Diomício Freitas justamente para evitar a maré alta. Demílsom Sebastião Rosa, sargento da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina, garantiu que, naquela região, esse fenômeno não deveria mais causar problemas o trânsito. Nesta quinta-feira, a pista nova não foi afetada pela maré alta.

Em Balneário Camboriú, no litoral Norte de SC, a água invadiu por completo a faixa de areia da praia e as ruas mais próximas do mar, como a Av. Atlântica, que ficou completamente alagada.

As maiores complicações no trânsito do litoral catarinense ocorreram no começo da tarde porque é o período de preia-mar (ponto mais alto da maré, e o baixa-mar (ponto mais baixo) ocorre entre o final da tarde e o começo da noite. Ou seja, ao longo da tarde o mar está “descendo”. O meteorologista Leandro Puchalski falou com a CBN Diário e explicou os detalhes da intensidade desse fenômeno:

Continua depois da publicidade

– Na verdade a gente tem dois tipos de marés. A maré astronômica, que tem relação com a lua, e às vezes colabora com a maré meteorológica, que é o que temos hoje. Ou seja, essa maré alta ocorre por essa soma de fatores e principalmente pelo ciclone que a gente tanto falou ao longo da semana. Um sistema que já está bem afastado no alto mar, mas com muita intensidade, colaborando para uma maré alta mais expressiva do que normalmente ocorre. O seu pico é às 14h da tarde, e depois começa a baixar – explicou Puchalski.