A audiência que finalmente dará início aos interrogatórios de Marcos Antônio de Queiroz e outros seis acusados de participação em um suposto golpe milionário em Joinville foi marcada para o próximo dia 31 de março.

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Trata-se de um processo que apura, entre outros crimes, a venda de centenas de imóveis na planta sem garantia de entrega aos compradores. Nas últimas seis audiências, incluindo a sessão realizada nesta segunda-feira, Queiroz e os demais réus apenas puderam ouvir os depoimentos das dezenas de testemunhas já intimadas – por lei, os réus são os últimos a se manifestar em juízo.

Mas, como ainda há mais 12 testemunhas a serem ouvidas no dia 31 (algumas por iniciativa da própria Justiça para esclarecer “pontos obscuros”), é provável que novas datas tenham de ser reservadas para garantir tempo a todos os interrogatórios.

A audiência do dia 31 também deve trazer Ana Cláudia Queiroz, mulher de Marcos Queiroz, pela primeira vez a Joinville desde que a suspeita de golpe veio a público, em agosto do ano passado.

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Segundo o que foi anotado nesta segunda pelo juiz da 4ª Vara Criminal, César Tesseroli, os defensores do casal Queiroz se comprometeram a trazê-la para a sessão. Dos sete acusados, Ana Cláudia foi a única que nunca compareceu às audiências anteriores. Ela estaria na cidade de Cambé (PR).

Mesmo sendo o único réu preso, Marcos Queiroz compareceu a todos os atos do processo. As dez testemunhas interrogadas nesta segunda haviam sido convocadas pela defesa de Susy Ribeiro, ex-funcionária do Grupo Marcos Queiroz.

Conforme a denúncia do Ministério Público, era ela quem providenciava contratos, atuava junto a órgãos de governo e “dava ar de legalidade” às supostas incorporações. Mas parte das testemunhas afirmou que, após o caso vir à tona com o desaparecimento de Queiroz, Susy disse também ser vítima e se mostrou disposta a tentar minimizar os prejuízos.

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Outros ex-funcionários ouvidos como testemunhas ainda afirmaram que ela não tinha autonomia para tomar decisões e a última palavra seria de Marcos ou Ana Cláudia. Detalhes da movimentação financeira do Grupo Marcos Queiroz também foram abordados em audiência nesta segunda.

Segundo uma ex-funcionária do setor administrativo, um mês antes de a suspeita de golpe correr a cidade, o casal Queiroz passou a escolher as contas que pagariam.

-Parecia ser uma crise financeira – destacou.