Quem conhece um pouco do cenário musical Joinville já ouviu falar da banda Sanchez, que nasceu em 1996 e acabou sem traumas quatro anos depois. Ela continua viva na memória coletiva de muita gente porque foi um grupo que mostrou um outro jeito de fazer rock ?n? roll na cidade, que tinha muito a ver com criatividade, originalidade e longe do senso comum. E muito disso é mérito do músico e microempresário joinvilense Marcos Maia de Moraes, 32 anos.
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– Antes do Sanchez, eu fazia parte da banda ?The Power of the Bira?. Ela teve notoriedade porque era integrada por pessoas criativas que faziam shows intensos. Era a época pré-internet e as coisas eram diferentes -, relembra.
No ano 2000, o “Mirc” – um dos primeiros sistemas de chat da internet – era extremamente popular, os zines eram a forma de comunicação mais interessante para os jovens e o legal era curtir bandas com mais atitude e menos pose.
E Marcos Maia foi uma das referências de tudo isso em Joinville.
– Acabei me tornando uma referência porque eu sempre tive senso crítico apurado. E isso é difícil de encontrar. Já falaram que eu sou uma pessoa à frente do meu tempo. Mas não é bem assim. Cada um vive o seu próprio tempo -, reflete.
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– Quando perdemos a nossa essência, deixamos de ser nós mesmos. E o rock fala um pouco disso, de seguirmos menos os esterótipos e procurarmos mais a nossa própria atitude -, acredita Marcos.
– Mas percebo que, hoje em dia, o estilo musical deixou de ser o expoente máximo da cultura jovem, e atualmente soa plástico, banalizado.
Para ele, o importante é que as pessoas percebam o quanto é importante não apenas apreciar a música e a arte em geral, mas vivê-las intensamente, deixando de lado ideias pré-estabelecidas. Mas tem muita gente que, sem questionar a cultura, engole a moda e segue um padrão que pode não ter muito a ver com seu jeito de viver e pensar.
A novidade de Marcos Maia é que a Sanchez vai voltar ao cenário musical de Joinville.
– Estamos com músicas novas -, adianta.
Mas desta vez, os integrantes estão mais maduros e cientes de que o processo musical – aquela transmissão de ideias que acontece do artista para o público – pode ser lento. Mas não importa, pois é a arte acontecendo, e ela chega para transformar as cabeças que estiverem dispostas a evoluir.
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