Gol do Brasil, às 16h09min, horário de Brasília. Em Belo Horizonte, aproximadamente mil pessoas vibravam com Neymar e companhia em frente a um telão em área padrão Fifa montada pelo governo municipal na Praça da Estação.

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Bem próximo, em ruas e praças que circundam a região, outro grito saia das bocas de milhares de jovens manifestantes. A turma que passava na Avenida Afonso Pena, logo após o gol, cantava em coro: “Acorda Brasil, essa não é a tua vem pra rua…”

Em manifestações com reivindicações tão difusas e que atiram para todos os lados das mazelas brasileiras, um alvo é constante e reincidente, tal qual o preço das passagens: a Copa das Confederações e o futuro Mundial.

Em Belo Horizonte, esta causa dos manifestantes é defendida com a mesma garra, raça e criatividade que se cobra dos jogadores dentro de campo. Incansáveis, eles circularam por ruas e avenidas, trancando cruzamentos aleatoriamente. A prática ganhou força nesta quarta-feira em que o TJ de Minas Gerais derrubou liminar que proibia o fechamento de ruas nas passeatas.

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Na praça da Estação, o duelo entre realidade das ruas e ambiente de festa é cada vez mais favorável à voz das ruas, pelo menos no número de adeptos.

No último sábado, na estreia da Seleção, eram dois mil torcedores no ambiente criado pela prefeitura, com telão, espaço para shows, arquibancadas para quatro mil pessoas, e estandes dos patrocinadores Fifa. Fora, oito mil manifestantes.

Nesta quarta-feira a população, vacinada após o caos do final de semana, evitou as ruas da região. Nos 90 minutos, só se viam torcedores no local da festa e manifestantes no entorno. Mesmo assim, com o bloqueio de ruas e avenidas importantes nos protestos, imensos engarrafamentos se formaram nas ruas e avenidas adjacentes.

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No resto de Belo Horizonte, ruas vazias num dia de ponto facultativo e comércio que só funcionou pela manhã.