Momento: aproveitá-lo; deixá-lo passar; retomá-lo adiante. A ideia de que muitas coisas são uma questão de reconhecer a hora adequada para tomar decisões importantes ronda a fala de Marco Antônio Tebaldi, 58 anos, quando ele examina sua biografia. Na vida do engenheiro e político, mesmo quando grandes oportunidades surgiram, ele reagiu com ponderação; em outras, acabou abatido pela empolgação alheia.
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Agora, mais maduro e equilibrado (em suas próprias palavras), Tebaldi se vê diante da ocasião ideal para retomar um antigo projeto: ser novamente prefeito de Joinville, cargo que já ocupou na década passada.
Até atingir esta nova etapa, Tebaldi passou por diversos momentos decisivos. Um dos primeiros foi sair de Erechim (RS), onde nasceu, para formar-se engenheiro sanitarista na UFSC, em Florianópolis. Chegou a dar aulas na universidade, mas só por um breve período, porque em fevereiro de 1986 surgiu a grande oportunidade de atuar na Prefeitura de Joinville, coordenando a urbanização e a organização das áreas de mangue invadidas, um grave problema na época.
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O trabalho exigiu envolvimento das comunidades e deu a Tebaldi uma certa aura de liderança, o que colocou seu nome no pleito de 1992.
– Nunca pensei em ser vereador. Eu queria ser um bom engenheiro – afirma ele, que nem tinha filiação partidária e só aceitou concorrer por gratidão ao então prefeito Wittich Freitag.
Ainda assim, Tebaldi foi o segundo vereador mais votado. Mal ocupou seu lugar na Câmara e foi promovido a secretário da recém-criada pasta de Habitação e Saneamento, onde ficou até 2000, quando, já como presidente do PSDB local, virou vice-prefeito de Luiz Henrique da Silveira.
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Quatro anos depois, foi eleito prefeito com a maior votação de um candidato no primeiro turno em SC. Nessa época, como ilustra Tebaldi, “deixei de ser um especialista para ser um generalista”.
– Vi que o que me realizava como profissional poderia me realizar como político. Por meio dela, trazer benefício para as pessoas, com uma obra ou um projeto – explica.
Em 2008, foi eleito deputado federal e, entre 2011 e 2012, secretário estadual de Educação. Motivado por partidários, amigos e a conjuntura política, Tebaldi tentou voltar à Prefeitura em 2012, mas nem chegou ao segundo turno.
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– Toda eleição que se perde é frustrante, mas valeu pelo aprendizado – diz Tebaldi, que intensificou as viagens pelo Estado e foi reeleito à Câmara Federal dois anos atrás.
Mesmo entendendo que seu momento em Brasília é bom, o deputado tentará novamente obter o comando da Prefeitura por sentir que a cidade parou e os demais postulantes ao cargo não motivam suficientemente o eleitor.
– É a hora de quem já fez, já realizou. Vi que agora, com mais conhecimento, mais experiente e mais maduro, posso contribuir ainda mais por amor e por gratidão à cidade – destaca.
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Tebaldi só não anda podendo atender a outra de suas paixões: o futebol. Gremista e jequeano, o deputado está ausente dos estádios e até mesmo das peladas por causa dos muitos compromissos políticos. O jeito está sendo compensar a falta pela TV, sempre ligada em alguma partida.