Em uma eleição mais fácil do que poderia se imaginar, Marco Polo Del Nero foi eleito presidente da CBF. Ele assume apenas em 2015, e o mandato vai até 2019. O nome da chapa (Continuidade Administrativa) define bem a situação da entidade. De Ricardo Teixeira, que assumiu em 1989, mas que passou o cargo para José Maria Marin depois de denúncias de corrupção na FIFA, até o final da gestão Del Nero serão 30 anos no poder.

Continua depois da publicidade

As costura políticas tem sido um dos pontos fortes do grupo, tanto é que a candidatura de Francisco Novelletto nem decolou por falta de apoio. Das 27 federações, a maioria absoluta estava fechada com Del Nero. Todos os presidentes vieram para o Rio com despesas pagas pela CBF, incluindo hospedagem no luxuoso Hotel Windsor. Alguns já aproveitaram para esticar o feriadão por conta da entidade.

Completaram o colégio eleitoral os 20 clubes da Série A. O resultado final foi 44 votos para Del Nero, dois votos em branco e uma abstenção. Depois do anúncio, o presidente eleito atendeu a imprensa ao lado do atual presidente, José Maria Marin:

– Cada um tem seu estilo, eu tenho o meu. Mas o trabalho do Marin foi fantástico, ele demonstrou uma capacidade enorme de organização. Temos um CT novo, um dos melhores do mundo, dia quatro de junho vamos inaugurar a nova sede da CBF, temos que manter esse nível. –

Questionado por ZH sobre como será a relação com a Federação Gaúcha, já que Novelletto esboçou articular a oposição, o candidato único foi enfático:

Continua depois da publicidade

– Ele pode não gostar da gente, ele pode querer fazer oposição, mas nós vamos tratar o Novelletto como um filho. Talvez um filho rebelde, mas um filho igual aos outros. O tratamento será igual para todos.- disse Del Nero.

Na prática, o grande inimigo hoje é o movimento Bom Senso FC, criado por jogadores em busca de melhorias nas condições de trabalho. O problema urgente a ser resolvido agora é a situação do Icasa, que conseguiu através da Justiça Comum lugar na Série A do Campeonato Brasileiro.

Na nova composição, José Maria Marin, que sobre este caso lembrou que em sua gestão o departamento jurídico cassou mais de 90 liminares de clubes, voltará a ser vice-presidente da região Sudeste. Completam a chapa, o filho de José Sarney, Fernando Sarney (Norte), Delfim Peixoto (Sul), Gustavo Feijó (Nordeste) e Marcus Vicente , que preside a federação capixaba, mas que foi indicado para representar a região Centro-Oeste.

Nota oficial da CBF:

“Esgotado dia 11 de abril de 2014, sexta-feira, às 19 horas, o prazo de protocolização de pedidos de registro de chapas concernentes à eleição que se realizará no próximo dia 16, para preencher os cargos de presidente, cinco vice-presidentes e conselho fiscal, a Confederação Brasileira de Futebol torna público que apenas ocorreu o pedido de registro da chapa denominada “Continuidade Administrativa” que apresenta a seguinte composição:

Continua depois da publicidade

Presidente: Marco Polo Del Nero

Vice-presidentes: José Maria Marin, Fernando José Macieira Sarney, Gustavo Dantas Feijó, Delfim de Pádua Peixoto Filho e Marcus Antônio Vicente.

Relativamente à chapa “Continuidade Administrativa”, foram cumpridas todas as normas legais e estatutárias que regem o processo eleitoral, razão pela qual estão os respectivos candidatos aptos a disputar a eleição que se realizará na Assembleia Geral designada para o próximo dia 16.”