Informação que já havia circulado no ano passado, a suposta aquisição de um apartamento de luxo em Miami pelo deputado federal Marco Maia (PT) voltou à tona. Em delação premiada, o ex-vereador petista Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, teria confirmado que o imóvel foi adquirido para Maia com dinheiro de propina. Conforme reportagem da Revista Veja, a delação ao Ministério Público Federal detalharia como ocorreu a negociação.

Continua depois da publicidade

Procurado por Zero Hora, o deputado nega a acusação, dizendo que se trata de uma “delação mentirosa” e que “em absoluto dialoga com a verdade”.

— Não possuo nenhum apartamento em Miami. Todos os meus bens estão devidamente declarados à Receita Federal. Já havia desmentido essa notícia há seis meses, quando ela apareceu. É uma mentira completa porque em nenhum momento houve qualquer ação ou qualquer movimento da minha parte com qualquer pessoa para compra de imóvel fora do país — argumenta Maia.

Leia mais

Continua depois da publicidade

Em delação, Delcídio diz que Marco Maia chantageou executivos em CPI

“É uma mentira deslavada”, diz Marco Maia sobre delação de Delcídio

O ex-vereador também teria relatado na delação premiada que, embora o apartamento esteja em nome de uma empresa sua, o real proprietário é o deputado Maia. O imóvel estaria avaliado em pelo menos R$ 2,5 milhões.

— Conheço o Alexandre Romano, imaginava que fosse um amigo e portanto fico completamente estarrecido com esse tipo de afirmação. Acho que infelizmente vivemos um momento onde pessoas que cometem crimes e delitos com o intuito de se livrarem das penas e punições acabam tentando encontrar responsabilidades em outros — comenta o deputado.

Ainda na delação premiada, Chambinho também teria citado outros petistas, detalhando esquemas de recebimento de propinas e supostos desvios de recursos de estatais. Segundo a reportagem da Veja, o ex-vereador explicou como dinheiro de origem ilícita alimentou o caixa 2 da campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT). A quantia teria sido desviada dos Correios.

Continua depois da publicidade

O marido dela e ex-ministro das Telecomunicações, Paulo Bernardo, também teria participação no esquema. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência e atual secretário especial da Previdência, é outro nome que teria sido citado na delação premiada como favorecido por propinas. O deputado petista José Guimarães, segundo Chambinho, teria recebido R$ 100 mil por intermediar um empréstimo para a construção de usinas com o Banco do Nordeste.

À reportagem da revista, Gabas, por meio de sua assessoria, disse que “nega peremptoriamente qualquer inferência (feita pelo delator) e que nunca recebeu nada nem dele nem de ninguém”. Em nota, o líder do governo, José Guimarães, afirmou que tem “a consciência absolutamente tranquila” e que “jamais” se beneficiou de recurso público:

“Meu trabalho como deputado pressupõe o diálogo com inúmeras instituições públicas, bem como atendimentos a diversos interlocutores de todas as esferas, conforme se pode acompanhar diariamente pela minha agenda, amplamente repercutida nas redes sociais e na própria imprensa. Uma acusação desse tipo revela oportunismo diante do conturbado momento político no país e a incessante tentativa de criminalizar o PT e o governo, bem como seus defensores e representantes. Adotarei todas as medidas cabíveis, dentro do Estado de Direito, para defender minha honra, contra a qual não tolerarei ataques sem fundamento”, afirma Guimarães.

Continua depois da publicidade

Também por nota, a senadora Gleisi Hoffmann “reafirma que não conhece e nunca teve contato com Alexandre Romano”. E complementa: “Nega veementemente que tenha recebido qualquer quantia não declarada ou de caixa 2 para quaisquer de suas campanhas. Todos os valores utilizados em suas campanhas foram declarados nas prestações de contas que estão disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral”, diz Gleisi.

Leia todas as notícias de política