Tiveram grande repercussão nas redes sociais e entre parlamentares as declarações machistas e homofóbicas do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP) em entrevista para um livro.

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De acordo com reportagem do jornal O Globo, Feliciano foi ouvido pelos autores de “Religiões e política: uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil” e criticou pautas do movimento feminista, afirmando que tais reivindicações podem levar a uma homossexualização da sociedade.

“Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”, disse o parlamentar aos autores.

Questionada sobre as declarações do presidente da CDHM, a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) manifestou repúdio. Junto de colegas de Câmara, Manuela lançou a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, para se opor ao comando de Feliciano na comissão.

– Tudo isso (as declarações de Feliciano) só comprova a incapacidade do deputado de estar à frente de um espaço que deve preservar os direitos do que chamamos de minorias. Criou-se um ambiente hostil. Como uma mulher vítima de violência vai se sentir à vontade para recorrer à comissão? – pondera a deputada.

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Manuela afirma que a frente foi criada para que as pessoas que teriam perdido representação com a ascensão de Feliciano ao comando da CDHM tenham um espaço de mediação e defesa dos direitos.

No governo do Estado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, também fez críticas duras a Feliciano.

_ Se ideias extravagantes como essas fossem dominantes, o mundo não teria abolido a escravidão, chegado à democracia. Nem as mulheres teriam conquistado o direito ao voto para inclusive escolherem candidatos como o desastraso pastor Feliciano. Ele, como pastor, rasga a palavra de Deus, uma vez que Deus não é discriminador _ afirmou Pereira.

A repercussão também é grande nas redes sociais. Milhares de postagens no Twitter e no Facebook desclassificam Feliciano e pedem a sua saída da presidência da CDHM, ao mesmo tempo em que internautas ligados a igrejas evangélicas publicam mensagens de apoio ao parlamentar.

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