O ministro Marco Aurélio Mello reafirmou nesta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) seu posicionamento contra a Lei da Ficha Limpa e contra sua aplicação neste ano. Para o ministro, não há como a lei retroagir para aumentar a punição a um fato que aconteceu quando a norma vigente era mais branda. O posicionamento do ministro já era conhecido devido à sua atuação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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O argumento do ministro vem ao encontro do caso específico de Joaquim Roriz (PSC), que trouxe o a questão da Ficha Limpa para a Corte. O então senador renunciou ao cargo em 2007 para escapar de possível cassação por quebra de decoro parlamentar. Na época a renúncia não gerava inelegibilidade, o que mudou com a Lei da Ficha Limpa, que dá à atitude inelegibilidade de oito anos.
– Não tenho como desprezar a mola mestra de um Estado Democrático de Direito que é a irretroatividade da lei – disse o ministro. Ele também se posicionou contra a aplicação da norma nas eleições deste ano, alegando que norma que altere o processo eleitoral deve produzir efeitos após um ano de ser sancionada.
O ministro também se manifestou contra a possibilidade de Corte debater nesta altura do julgamento uma possível falha na tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional. Entretanto, para o ministro, a mudança no tempo verbal não foi apenas uma adaptação redacional.
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