Eficiência energética, sistema equilibrado e risco baixíssimo de racionamento em 2014 e 2015. Diante dos picos recentes de consumo e da queda nos níveis dos reservatórios de água das hidrelétricas, pode parecer estranho que estas tenham sido as expressões usadas pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para descrever a situação atual do sistema elétrico brasileiro.
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Mas foram. Na tarde desta sexta-feira, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o secretário garantiu a um auditório lotado de empresários que não há motivos para preocupação com falta de energia no país.
Para comprovar a segurança do sistema, Zimmermann comparou a situação atual da distribuição de energia no Brasil com a do ano 2001, quando a soma de secas no Nordeste e Sudeste, falta de planejamento e ausência de investimentos levou à necessidade de racionamento.
O secretário afirmou que, na época, o monitoramento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontava para um aumento no risco de desabastecimento ano a ano. Segundo Zimmermann, a mesma evolução não acontece agora, com risco atual de 4%, considerado baixíssimo.
O secretário observou ainda que em 2001 havia um desequilíbrio estrutural no sistema, que não garantia o retorno dos investimentos do capital privado. Já atualmente, de acordo com ele, os leilões de energia recebem oferta de geração até 15 vezes maior que a colocada à venda. Zimmermann também citou o planejamento para a expansão constante do sistema a partir da crise de 2001.
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Segundo ele, outro fator que afasta o risco atual de racionamento é a probabilidade de 70% (conforme centros meteorológicos da ONU) da ocorrência do fenômeno El Niño em julho no Sul do país, o que deve garantir a abundância de chuvas na região e também no Sudeste.
Sobre o aumento do custo da energia com a necessidade de maior acionamento das térmicas, o secretário foi categórico ao afirmar que a conta será paga pelo consumidor e não pelas distribuidoras. Por outro lado, de acordo com ele, 5 mil megawatts (MW) médios de energia ficarão mais baratos em 2015 em função dos contratos de usinas que vão vencer e serão retomados pelo governo para nova licitação.
O preço da energia dessas usinas cairá do patamar atual de R$ 150/MWh para R$ 27/MWh. Esse efeito, classificado pelo secretário como “fator redutor” de tarifa, ajudará o governo a conter a oscilação do preço da energia a partir do ano que vem.