Brasil e Camarões já se enfrentaram em Copas do Mundo e a lembrança é boa. Na segunda rodada do Mundial de 1994, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira venceu por 3 a 0, com gols de Romário, Bebeto e Márcio Santos. Foi o segundo triunfo no caminho rumo ao tetracampeonato.
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O ex-zagueiro Márcio Santos, autor do segundo gol daquele jogo, hoje mora em Balneário Camboriú, no litoral Norte de Santa Catarina, mas durante o Mundial está viajando para comentar alguns jogos. O ex-defensor diz se lembrar muito bem do momento que viveu em 1994 e admite que a situação atual é bem diferente do que há 20 anos. Confira na entrevista a seguir:
Jornal de Santa Catarina – Como foi aquele gol, há 20 anos?
Márcio Santos – Pouca gente sabe, mas eu era o jogador com maior impulsão naquela Seleção de 1994. E a gente treinava muito essa jogada. Então fui feliz e consegui marcar. Uma coincidência é que costumava enfrentar o Bell (goleiro de Camarões) no Campeonato Francês e marquei gol nele em todos os jogos. Acho que ele até sabia que ia sofrer um gol meu (risos).
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Santa – Você chegou a falar com ele (o goleiro de Camarões) depois do jogo?
Santos – Não. Saí sem falar com ele, achei que não seria legal.
Santa – Qual a principal diferença da Copa atual para a de 1994?
Santos – Hoje está muito mais nivelada, existem boas equipes, mas o futebol está mais igual. Na época, muitas seleções apareceram com a melhor forma, caso de Nigéria, que pensei que iria para a final, além de Colômbia, Romênia e o próprio Camarões. E a gente também, nossa geração, estava no melhor momento da carreira.
Santa – Por estar eliminado da Copa e mostrar problema nos bastidores, Camarões é uma presa fácil?
Santos – Não, pelo contrário. Os jogadores estarão enfrentando a Seleção Brasileira em uma partida que o mundo inteiro estará vendo. Uma boa apresentação pode representar um bom contrato com um grande clube europeu. Jogador de futebol sempre busca motivação para jogar e dessa vez não será diferente.
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Santa – Como você avalia o desempenho da Seleção Brasileira nessa Copa do Mundo?
Santos – Não está jogando bem. Precisa tomar as rédeas do jogo desde o início, não pode deixar o adversário comandar a partida. Contra a Croácia conseguiu reverter o placar, mas na fase de mata-mata, contra uma Alemanha ou uma Itália, será bem mais difícil. Acho que o Brasil tem condições físicas e técnicas para ser campeão. O que me preocupa é o psicológico. É muita pressão para ser campeão, o torcedor não vai aguentar ver o time perder em casa novamente.
Santa – Qual a sua avaliação sobre a Copa em geral?
Santos – Temos grande jogos, muitos gols que é o que o torcedor quer ver. Acho que está sendo positivo por isso. Tecnicamente, acho que a marcação tem sido o diferencial, tanto que as equipes consideradas menores estão conseguindo jogar de igual para igual com as grandes. E isso motiva as outras.