Sem máscaras e vestindo camisetas pedindo “paz nas famílias”, milhares de evangélicos devem tomar as principais ruas do Centro de Joinville no próximo dia 6. São esperadas pelo menos 15 mil pessoas de diversas denominações religiosas. A concentração está marcada para às 8 horas na praça Nereu Ramos. De lá, os participantes partem rumo ao estacionamento da Arena Joinville.

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Segundo o pastor Gilson Siqueira, vice -presidente do Conselho de Pastores de Joinville, a quinta edição da Marcha para Jesus deve ser um “movimento acima das denominações”. Na camiseta que custa R$ 15, não há qualquer identificação de igrejas.

– Queremos que seja uma marcha em defesa das famílias. A orientação é para que, em vez de máscaras, todos usem a camiseta. Queremos mostrar a família como a grande alternativa para uma sociedade melhor e mais justa -, diz o pastor.

Três trios elétricos puxarão a multidão. O cantor Maurício Paes e a banda Filhos do Homem farão apresentações especiais. A Marcha para Jesus de Joinville deve ser transmitida ao vivo pela internet. Pelo menos 200 pastores da cidade devem participar do movimento.

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A marcha foi realizada pelas primeiras vezes em Joinville nos anos de 1996 e 1999. Só uma década depois, em 2009, passou a ser anual e ganhou força, com a participação de várias igrejas da cidade. Foi naquele ano, também, que se viu uma das maiores manifestações evangélicas na cidade, com o tema “família: um projeto de Deus”.

Polêmica

A família, aliás, tem sido uma palavra comum nas manifestações religiosas de todo o País. A expressão tem um pano de fundo importante e polêmico. Trata-se da luta em torno do projeto de lei 122 (PL 122), que criminaliza a homofobia. Para a maioria dos pastores, trata-se de uma afronta à Constituição Federal. Segundo os religiosos, o projeto viola a liberdade de expressão.

O texto do projeto prevê punições para quem discriminar homossexuais, mas também pune a discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional e gênero. Um dos pontos mais polêmicos é o artigo 8º, que pune quem “impedir ou restringir a expressão e manifestação de atividades em locais públicos ou privados abertos ao público”. A punição é de dois a cinco anos de prisão.

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A partir disso, os religiosos consideram que qualquer padre, pastor ou mesmo diretor de escola que impedir a afetividade homossexual no pátio de suas instituições, pode ser preso. O projeto está em discussão no Congresso Nacional e o tema ganhou as ruas há duas semanas, quando cartazes e manifestações fizeram parte dos protestos nacionais.

Serviço

O que: Marcha para Jesus

Quando: dia 6 de julho, das 8h às 13 horas

Onde: concentração na praça Nereu Ramos e passagem pelas ruas do Príncipe, Ministro Calógeras, Getúlio Vargas e Inácio Bastos. Chegada no estacionamento da Arena Joinville.