Testei o Itaquerão. Junto com Tulio Milman, fiquei preso no elevador que leva às tribunas de imprensa, nove andares acima do Cento de Mídia, duas horas antes do início da cerimônia de abertura. O acesso às tribunas já é um pesadelo por si. Filas enormes, o truque é descer mais alguns andares para evitar pegar o elevador lotado na volta.

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Nos demos mal. Com capacidade para 26 pessoas, o elevador estragou entre o primeiro e o segundo pisos com pouco mais da metade da lotação. Jornalistas espanhóis, mexicanos, alemães e uma equipe da HBS, a TV que faz a transmissão para o mundo – ficamos todos estupefatos quando a ascensorista não conseguiu comunicação para alertar sobre o problema. Isolados do mundo no epicentro do maior acontecimento mundial. Sem sinal de celular, um mexicano, já à beira de um ataque de pânico, se atracou no alarme até que apareceu alguém do lado de fora e gritou “só um minuto”.

Passou uma eternidade, até que um alemão perguntou.

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– Mas não era um minuto?

– É minuto brasileiro – esclareceu Tulio.

Alguns ainda tentaram forçar a porta, mas não havia como sair. Estávamos reféns de um elevador sufocante no estádio de abertura do Mundial. E um tanto envergonhados diante dos colegas estrangeiros.

Aproveitei para me vingar do Tulio e gravei com ele uma Conversa de Elevador.

– E aí, que tal esta Conversa no Elevador Preso? – perguntei.

– Espero que não seja a última – brincou Tulio.

Libertados depois de uns 15 minutos, tentamos a escada – barrada para jornalistas. E assim tomamos coragem e encaramos de novo outro elevador. Já nos consideramos batizados na Copa do Brasil.