Marcelo Fernandes pratica tiro com arco e mira na Olimpíada

A ideia de inscrever a história de Marcelo, e o esforço que faz para competir, partiu da sua mãe, Maria Elizabeth Carvalho Fernandes. E o que parecia brincadeira deu certo. A relação dele com o arco é recente, pratica o esporte há apenas um ano. Mas a sensação que ele tem é de que essa ligação existe há muito mais tempo.

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-Pode até parecer piegas, mas acredito que o meu contato com o tiro com arco venha de outras vidas. Sempre gostei do esporte e achava que poderia fazer, mas não tinha oportunidade de conciliar as aulas com o trabalho – explica.

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Marcelo é uma daquelas pessoas que vive o momento e transmite felicidade e entusiasmo ao contar sobre a sua história e sobre o esporte escolhido para praticar. Ele começou relativamente tarde no tiro com arco, mas é uma modalidade na qual a idade não é impedimento e que só tem lhe apresentado coisas boas, a exemplo da indicação para carregar a tocha olímpica.

-Demorou um pouco para cair a ficha, só me dei conta de que iria conduzir a chama quando o percurso da tocha iniciou aqui no Brasil. Pensar nisso me emociona, é o espírito olímpico que estará na minha mão e faz a gente esquecer de tudo, dos problemas. A Olimpíada representa isso, batalhar pelo que se quer, ser portador de uma proposta de paz e superação. A chama é o símbolo de que a gente pode renascer, se superar e batalhar – emociona-se ao refletir sobre o papel que irá assumir dentro de alguns dias.

Driblando as dificuldades

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

Assim como em outros esportes, a falta de patrocínio é um dos maiores entraves para os atletas e com Marcelo não é diferente. Quando iniciou no tiro com arco precisou vender algumas coisas para comprar o equipamento com um jogo de flechas simples e aperfeiçoar as técnicas em casa. Segundo ele, o arco ideal custa entre 10 e 12 mil reais, mas o atleta dribla a dificuldade com um equipamento emprestado pela Federação Catarinense de Tiro com Arco (FCTA), que ele precisa devolver em novembro.

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Além do entrave material, Marcelo e os outros arqueiros sofrem com a falta de estrutura para os treinos. Para conciliar com o trabalho ele treina à noite, uma vez por semana, em local aberto e com pouca iluminação. E mesmo assim, conseguiu um desempenho invejável nas primeiras competições que participou.

-Conquistei duas medalhas de prata e duas de bronze. Sou o atual recordista estadual na categoria recurvo adulto inciante, com 539 pontos. O pessoal que compete comigo treina mais vezes e tem um equipamento melhor, isso tudo influencia nas competições – conta.

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Mesmo diante de todas essas dificuldades, o atleta não esmorece e sonha com um futuro promissor no esporte que o encanta:

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-Meu treinador perguntou aonde eu queria chegar e disse que, se puder, quero participar de uma Olimpíada. E isso é possível, tenho pelo menos quatro ciclos olímpicos. Se tiver melhores condições e me dedicar, pode dar certo – sonha Marcelo.

O próximo passo está traçado, é o Campeonato Brasileiro, que acontece em novembro, em São Paulo. O arqueiro vai treinar forte para ficar entre os 15 melhores. E encerra a lembrando de um personagem Olímpico que é ídolo mundial:

-Sempre lembro do Oscar Schmidt, do basquete, que dizia que depois dos treinos ele ficava duas horas a mais na quadra, enquanto os outros iam embora. Quanto mais a gente treina, mais sorte se tem – completa.

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