O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), afirmou, nesta quarta-feira, que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, vai entregar o cargo antes da votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, prevista para 11 de maio. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério, que salientou que o ministro deve entregar ainda hoje a carta de demissão para Dilma.

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Em conversa com a reportagem, Castro disse que a decisão foi anunciada na terça-feira ao ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner.

— Entrego hoje minha carta de demissão à presidente Dilma. Informei ontem ao Jaques Wagner — afirmou Castro, que até o momento não havia conversado com o vice-presidente Michel Temer.

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Castro será o sexto ministro do PMDB a deixar o governo Dilma após o partido sair da base aliada. Já tinham deixado os cargos os peemedebistas Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos), Mauro Lopes (Aviação Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Pansera. Apenas Kátia Abreu (Agricultura) segue no cargo.

Deputado federal, eleito pelo Piauí, Castro ressaltou que a decisão foi tomada em razão de se sentir isolado após outros integrantes do PMDB deixarem o governo Dilma. O desembarque vem ocorrendo na medida em que o processo de impeachment avança no Congresso.

— Só ficou eu e a Kátia Abreu (ministra da Agricultura). Todos os outros foram saindo e eu fiquei sozinho. Acabou, então, que fiquei desconfortável em ser o único em descumprir decisão do partido. Parecia que estava confrontando o partido — considerou Castro ao se referir à decisão da executiva nacional do partido, tomada no último mês de março, pelo rompimento com o Palácio do Planalto.

Marcelo Castro chegou ao comando do Ministério da Saúde em outubro do ano passado por indicação do líder do PMDB. Na época, Picciani também indicou o deputado Celso Pansera (RJ) para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Com sua saída, Castro deve retomar seu mandato de deputado federal.

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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, José Agenor Alvares, assumirá a pasta após a saída do atual ministro.

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*Estadão Conteúdo e Agência Brasil