É apenas uma questão de tempo até as séries de TV se aventurarem pelos mesmos gêneros que o cinema visitou ou ocupa há décadas. E vemos a primeira história de piratas surgir, com todos os clichês do cinema e uma quantidade de mulheres peladas que eu sinceramente não recordo ter visto no telão.
Continua depois da publicidade
Black Sails se propõe a contar as aventuras do famoso Capitão Flint e seus homens, alguns anos antes do que acontece na Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson. Black Sails não chega a realizar a proposta. A série é bem mais rasa do que os mares do Caribe, e a primeira vítima do canhoneio inicial parece ter sido o roteirista.
É difícil filmar sobre a água, navios de época custam muito caro, e ninguém sabe exatamente o que vai contar, já que não se pode glorificar a vida de homens como aqueles, que faziam o que bem entendiam enquanto um navio da marinha inglesa não os pendurava em algum mastro. Na verdade, nem mesmo o cinema conseguiu fazer isso direito, e o único grande filme envolvendo madeira e velas é O Mestre dos Mares, que de pirata somente tem a violência da época. Piratas do Caribe, vamos combinar, é de uma chatice sem fim.
Black Sails vai ter segunda temporada. A combinação de vento, beldades em nus frontais e uma boa garrafa de rum parece funcionar, mesmo quando a história naufraga. Eu vou dar uma espiada, mas fico com meu Ilha do Tesouro, o livro, sempre.
Continua depois da publicidade