A trajetória de algumas famílias deixa marcas profundas no passado recente das cidades onde viveram. É o que descobre o protagonista sem nome de A Casa Cai (Companhia das Letras, 432 páginas, R$ 56), novo romance do gaúcho Marcelo Backes. A trama se desenvolve em torno de um ex-seminarista que deixa a batina ao enfrentar a morte do pai. Investigando um cofre deixado pelo patriarca, ele acaba apurando que parte da fortuna da família se deu a partir de um fenômeno imobiliário que expulsou populações pobres das áreas centrais do Rio.
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A Casa Cai é o quarto romance de Backes, também conhecido como tradutor de obras de autores como Kafka e Goethe. O protagonista da nova trama já figurava no livro anterior, O Último Minuto (2013), como um seminarista que ouvia a história do gaúcho João, o Vermelho, ex-treinador de futebol. Apesar de o protagonista manter laços afetivos com o Rio Grande do Sul, A Casa Cai é o primeiro romance de Backes que se passa fora do Estado.
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A trama explora as frivolidades das abastadas famílias cariocas e as contradições do mercado imobiliário, mas não deixa de lado o aprofundamento dos personagens. A psicanálise é uma das chaves para fazer o leitor mergulhar nos conflitos do ex-seminarista.
– O pai do protagonista era um desses homens fortes, difíceis de vencer “freudianamente”. Isso, de certa forma, explica a opção dele em entrar para o seminário, já que não iria vencer o pai, bem-sucedido economicamente e com as mulheres – explica Backes.