Um espetáculo bonito, com casa cheia, barulhenta e colorida em preto, branco e amarelo pelos tricolores do Sul, mais um cantinho verde vindo do Oeste, precisava de gols para ser completo. Quem sabe fazer gols? Centroavante; quem comandava o ataque do Criciúma? Marcel; quem fez dois gols? Ele.

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Os 2 a 0 do Tigre sobre a Chapecoense são uma senhora vantagem. Agora, no jogo de volta, o tricolor do Sul pode até perder por 1 a 0 que será campeão. Se o placar se repetir, dá pênaltis. Para comemorar o título direto o Verdão precisa ter três gols de diferença. Os méritos do dono da casa foram enormes: confirmaram o melhor ataque do campeonato (47 gols) e fizeram cair a melhor zaga (20 gols sofridos).

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O cenário no Heriberto Hülse era realmente especial. Desta vez, para evitar confusão, os gandulas eram belas meninas, alunas da escola de arbitragem e até a bola era personalizada para a decisão. O gramado não precisa nem dizer, o do Heriberto Hülse, depois de reforma recente, é um dos melhores do Brasil. Bola especial, tapete verde perfeito, futebol à altura.

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O técnico Vadão não deu “Migué” como se diz na gíria do futebol. Anunciou que usaria João Vitor na vaga de Ivo. Isso, em tese, deixaria o time mais comedido. Fator que a torcida do Criciúma, cantando alto, não aceitaria. Na Chapecoense, o retorno de Fabinho Gaúcho na ala esquerda foi uma tentativa de equilíbrio adotada pelo técnico Gilmar Dal Pozzo para balancear a perda de Neném. Este sentiu lesão e deu vaga a Dudu.

A medida verde até mostrava-se acertada e, pelo setor esquerdo, o time visitante incomodava bastante e preocupava Sueliton, que via seu ímpeto no apoio ser neutralizado. Pura ilusão inicial. O cenário de contenção armado pelo Verdão funcionou sem sustos até os 15 minutos, quando começaria a desmoronar.

Um sintoma de que as coisas não iam bem foi quando Lins limpou e chutou com perigo, para grande defesa de Nivaldo no momento que o quarto inicial dava as caras. O primeiro lance de perigo real no jogo. E foi a senha para tudo mudar.

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Justamente Sueliton foi quem começou a aprontar uma série de dribles pela direita. Num deles, que culminou com a famosa e sempre humilhante “janelinha”, aplicada sobre Fabinho Gaúcho, o ala desferiu um chute forte em direção ao gol. O goleiro Nivaldo não segurou firme e, então, surgiu a figura do centroavante. Marcel estava lá para fazer 1 a 0 aproveitando o rebote, aos 20 minutos.

Replay? Não o segundo gol seria real aos 30 minutos. Marcel novamente aproveitou falha de Nivaldo após cruzamento de Sueliton, e usou o rebote para ampliar o placar. Cinco minutos depois, o pesadelo de Nivaldo, Fabinho Gaúcho e toda a nação verde já era real. E o sonho de Sueliton e Marcel recheado de alegria.

Fabinho pagou o pato. Foi substituído no intervalo, entrou Athos para melhorar o meio-campo e Dudu ganhou a batata quente de proteger a lateral do abusado Sueliton. Outro que deixou o campo mais cedo foi Rodrigo Gral. O atacante não viu a cor da bola, e deu lugar a Capixaba. Este, todos lembram, é o atacante que foi motivo de ironia tanto em Criciúma quanto no Avaí. Ou seja, uma medida que tinha tudo para dar errado: e deu! Mais um que não tocou na bola.

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O quadro ficou absolutamente controlado pelo Tigre. Tanto que Marcel, cansado, deu vaga a Tartá, para tocar mais a bola e ter mais velocidade em contra-ataques. Tática perfeita de Vadão. O jogo encerrou sob o canto feliz da nação tricolor, diante de um resultado que coloca respeito de quem é de elite na decisão do Estadual.

FICHA TÉCNICA

CRICIÚMA (2)

Bruno; Sueliton, Matheus Ferraz, Ewerton Páscoa, Gilson; Amaral (Thiago Dutra), Elton, João Vitor; Lins, Marcel (Tartá), Fabinho (Elson)

Técnico: Vadão

CHAPECOENSE (0)

Nivaldo; Fabiano, Rafael Lima, André Paulino, Fabinho Gaúcho (Athos); Wanderson, Diego Felipe, Dudu Figueiredo (Soares), Paulinho Dias; Rodrigo Gral (Ronaldo Capixaba), Fabinho Alves

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Técnico: Gilmar Dal Pozzo

Gols: Marcel, aos 20 e aos 30 minutos do primeiro tempo;

Cartões Amarelos: Paulinho Dias, Wanderson

Arbitragem: Paulo Henrique de Godoy Bezerra, auxiliado por Carlos Berkembrock e Helton Nunes

Local: Heriberto Hülse, em Criciúma

Público: 16.717

Renda: R$ 293.275,00