O efeito bola de neve já é conhecido. Preocupado com o futuro, o consumidor adia decisões de consumo, a economia gira mais lentamente e as empresas precisam fazer ajustes internos para compensar a queda nas vendas, que podem impactar o emprego, deixando o consumidor ainda mais inseguro e propenso a economizar.

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Para lidar com situações como esta, o presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-SC), Octávio René Lebarbenchon Neto, alerta: seja qual for o momento econômico, a empresa não pode parar de pensar em crescer.

– O segredo é pensar em inovação – afirma.

O controle é importante, mas não pode contaminar o espírito de querer vender e, dentro da empresa, todos são vendedores e devem saber vender a ideia dela, diz Lebarbenchon.

Uma marca forte, nesta hora, faz a diferença. Para ele, quem investiu na concretização, formatação e percepção da marca está tendo mais vantagem competitiva, pois quando o consumidor começa a fazer escolhas, o preço não define a compra sozinho. A marca pode agregar valor ao produto e resultar em ganho de preço também.

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– Em épocas difíceis, quem tem marca consegue lutar contra a crise de forma positiva – diz o presidente da ADVB-SC.

Araújo: é preciso cortar gastos desnecessários, mas continuar investindo (Foto: Divulgação)

Coragem que recompensa

Para o presidente de Associação Brasileira de Agências de Publicidade em Santa Catarina (Abap-SC) e presidente da D/Araújo Comunicação, Daniel Araújo, as políticas de incentivo ao consumo às classes mais baixas, iniciadas no governo Lula, ajudaram a atravessar a crise econômica mundial de 2008. Porém, avalia ele, essa política econômica esgotou-se no ano passado.

– Para sair dessa situação, o governo brasileiro oferece o corte de gastos e o aumento da taxa de juros, enquanto os Estados Unidos baixaram a taxa real de juros para quase zero. O Banco Central Americano gastou cerca de US$ 2 trilhões em compra de ativos, notas do Tesouro e em empréstimos para bancos comerciais e empresas. Já a União Europeia, após anos de estagnação econômica, resolveu seguir a receita bem-sucedida dos Estados Unidos e injetar dinheiro na economia – analisa Araújo.

Para o publicitário, o pacote de concessões do governo brasileiro chega em bom momento e representa um aviso para o setor privado: é hora de tomar as rédeas.

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– Não podemos cair no pessimismo desenfreado. É preciso cortar gastos desnecessários, mas também é essencial investir. Quem tem coragem e decide investir para construir uma marca forte é recompensado com o crescimento – complementa.