Destino. Foi ele quem tirou Marcão da final de 2000 para fazê-lo brilhar na decisão de 2001. O que era para ser dele estava guardado. De goleiro contestado no final dos anos 1990 a azarado em 2000 e herói na conquista do bicampeonato. Uma história que não poderia ter um desfecho mais bonito, nem mesmo se o próprio Marcão o tivesse escolhido.
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O ano que marcou a virada para o novo milênio era para ter sido a desforra do goleiro. Após muito tempo aguentando as críticas da torcida, o JEC estava na final do Catarinense contra o Marcílio Dias, e Marcão era a cara de um time formado por pratas da casa.
Ele foi campeão, mas não da forma como queria. Uma trombada com o atacante Zé Nei deixou o camisa 1 desacordado no chão. Foi para o hospital de ambulância e viu Alencar, o reserva, roubar a cena.
A página virou, o JEC mudou praticamente todo um time de um ano para o outro, mas Marcão continuou trabalhando. Um ano depois, em 2001, novamente lá estava ele na final. Desta vez, contra o Criciúma. Desta vez, com a família inteira no Estádio Heriberto Hülse.
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Poucos sabem, mas o goleiro que se tornou um dos maiores da história do JEC nasceu em Maracajá – cidade que fica a menos de 20 km de distância de Criciúma. Curiosamente, Marcão ingressou nas categorias de base do Tigre, mas não chegou a ser aproveitado.
Depois de ter vencido por 3 a 0 o primeiro jogo no Ernestão, o Tricolor bateu o Tigre por 2 a 0 fora de casa.
– Não sei se em 2001 foi o melhor campeonato que fiz, mas, com certeza, a final contra o Criciúma foi o melhor jogo que fiz com a camisa do JEC. Se eu falar que fiz, no mínimo, 15 defesas no jogo, eu não vou estar mentindo – garante.
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Se até então ainda faltava algo para que ele se eternizasse no Joinville, a partir daquele momento não faltava mais. A desconfiança deu lugar à veneração, e o goleiro até ganhou um apelido inspirado em outro herói do futebol daquela época.
Se o Palmeiras tinha o São Marcos, o Joinville tinha orgulho de ter o São Marcão – apelido que a humildade do camisa 1 joinvilense tenta deixar esquecido.
– Eles me chamavam assim, mas não tem comparação – ri o goleiro que garantiu o último título do Estadual para o Tricolor.
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