Está marcada para a tarde da próxima segunda-feira mais uma audiência sobre o caso envolvendo o show de Andrea Bocelli, previsto para dezembro de 2009 e que nunca aconteceu em Florianópolis. Os advogados de defesa dos réus consideram que todas as provas já foram apresentadas e que devem começar os interrogatórios.

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Mas pedidos antigos para se ouvirem duas testemunhas podem atrasar os procedimentos. Os gastos com o espetáculo são alvo de investigação do Ministério Público desde 2010. No processo criminal que será tema da audiência de segunda-feira, o MP aponta ilegalidades nas condutas de Mário Roberto Cavalazzi e Aloysio Machado Filho, que eram secretários titular e adjunto da pasta de Turismo da cidade, além de Daniela Santos Secco, que era assessora jurídica da prefeitura.

Na acusação, eles teriam descumprido a lei em ações como dispensar a licitação para a contratação do show e fazer pagamentos adiantados. Também são questionados os valores cobrados para a realização do espetáculo. Na audiência, há a possibilidade do juiz Alexandre Morais seguir para os interrogatórios ou ainda que peça por mais provas ou depoimentos de testemunhas.

O advogado Eduardo Lamy, do escritório Mello e Souza responsável pelas defesas de Cavalazzi e Daniela, expõe que as provas que comprovariam a inocência já foram anexadas ao processo.

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– O motivo pelo qual o show não aconteceu é que o MP disse que era ilegal. Nós mostramos nos autos que o cachê cobrado pelo tenor foi abaixo do que ele recebe. Provamos também que não tem valor que saiu sem que fosse para o pagamento de pessoas – garante o advogado.

Outra alegação é de que a empresa contratada tinha exclusividade no espetáculo, o que eliminaria licitação. Também foi incluída no processo a declaração de Bocelli em dezembro de 2012, em viagem a São Paulo, em que o cantor declarou que fará o show em Florianópolis.

O advogado Jorge Nunes da Rosa Filho, que representa Machado Filho, também espera que se sigam para os interrogatórios. Mas uma carta precatória para Analina Pardini, tradutora juramentada de São Paulo, contratada para fazer a tradução das declarações de Bocelli no ano passado, e uma carta rogatória, pedindo pelo testemunho do empresário de Bocelli, Andréa Primicerio, que vive na Itália, podem atrasar os encaminhamentos. O juiz pode pedir esses testemunhos antes de finalizar a sentença.

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