Um corpo em decomposição há cinco dias, uma baqueta quebrada com marcas de sangue, uma casa arrumada e uma televisão desaparecida são o ponto de partida para a investigação da morte de Gilmar Cordeiro, 59 anos. Ele foi encontrado na segunda-feira, dentro da própria casa, no bairro de Sambaqui, em Florianópolis

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O laudo preliminar não ajudou: não foi possível precisar a causa da morte pelo estado em que estava o corpo. O delegado Ênio de Matos, da Delegacia de Homicídios, aguarda oficialmente o laudo do IGP para iniciar as investigações. Até o momento ainda não há nenhum suspeito.

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Os irmãos esperaram os policiais chegarem para entrar na casa e se depararam com Gilmar morto na sala com uma manta cobrindo o corpo. A bolsa da vítima, com cartões e outros documentos, estava intacta.

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– Pelo que os peritos nos falaram, ele estava morto há uns quatro dias. Um primo nosso passou por ele na quinta, e nos falaram que ele foi visto em frente de casa com um homem moreno alto. Não consigo imaginar porque fariam isso com ele, nunca soubemos de nenhuma briga, nada – disse o irmão Joel Cordeiro.

Segundo Joel, algumas roupas de Gilmar foram encontradas em um trapiche em frente à casa dele nesta tarde.

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Uma semana sem notícias

A família de Gilmar não tinha notícias dele há cerca de uma semana. O corpo do homem foi encontrado por policiais militares acionados pelo irmão Joel Cordeiro e outra irmã, que foram até a residência em busca de notícias após estranharem que ele não atendia o celular. Ele não tinha ido à casa dos pais no fim de semana, como costumava fazer sempre.

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A casa em que o homem vivia era rodeada de mato e ele não tinha vizinhos. Por muitos anos ele foi professor de Artes na Escola Estadual Lauro Müller, e estava aposentado havia dois anos. O irmão conta que Gilmar sempre foi muito discreto. Por isso, os familiares demoraram alguns dias para ir atrás de notícias.

Quando chegou à casa, Joel viu que havia algo errado, pois os quatro cachorros do irmão estavam fracos e algumas galinhas mortas de fome.

– Assim que me aproximei da porta, vi o chinelo dele certinho do lado de fora, como se tivesse tirado para entrar. Quando coloquei a mão vi que estava aberta, e senti um cheiro forte e muito ruim. Então gritei para minha irmã chamar a polícia que tinha alguma coisa errada – conta.

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Com caixão fechado, o corpo foi enterrado no Cemitério de Santo Antônio de Lisboa na tarde desta terça-feira. Gilmar era solteiro e não tinha filhos. Ele deixa os pais e seis irmãos.