Considerada a mais tradicional maratona de trilha do Brasil, a 7ª edição da Indomit Bombinhas recebe sábado mil competidores de 22 estados brasileiros e de outros cinco países. Os corredores passarão por morros, estradas de chão, costões e praias em três categorias: 42 km, 12 km e em duplas (21 km para cada corredor). A largada ocorre às 8h, na praia de Bombinhas. No domingo será a vez da maratona kids, com provas de 300 a 2 mil metros.

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Campeão da prova de 42 km em cinco das seis edições realizadas até hoje, o corredor Giliard Pinheiro espera uma disputa ainda mais acirrada neste ano. Natural de Bombinhas, Giliard é o dono do recorde da Indomit com o tempo de 3h07m22s, feito na primeira edição da maratona em 2009.

Tratando de um desconforto na coxa após uma maratona no Rio de Janeiro em julho, o corredor acredita que não será possível bater o próprio recorde, mas está confiante no título.

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– É uma prova muito difícil porque tem muita troca de terreno entre trechos de montanha e de areia. Por treinar aqui, eu levo uma vantagem em cima dos demais competidores, mas alguns corredores de ponta têm potencial para chegar à

minha frente.

Segundo a organização, o paranaense Cleverson Luis Del Secchi, segundo lugar em 2014, e o paulista Fernando Bezerra da Silva chegam como favoritos para tirar Giliard do topo do pódio. Já no feminino, a atual campeã Anemari Calista, terá como principais adversárias as catarinenses Maria Clara Hilmann e Ana Giovanelli.

Segredo é saber administrar o ritmo

Enquanto no pelotão de elite a disputa promete ser apertada, a grande maioria dos competidores tem um único objetivo: chegar ao final da prova – cerca de 95% dos competidores não são profissionais. A média de tempo deste grupo é de seis a sete horas de prova. O tempo máximo estipulado pela organização é de nove horas.

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A principal dica de Giliard para quem busca completar o percurso é administrar o ritmo. Ele conta que o maior erro dos competidores é acelerar demais na largada. Na busca por bater o próprio recorde, o atleta cometeu este erro em 2013 e pagou caro. No meio da prova sentiu uma lesão e acabou na quinta colocação.

Além de adotar a estratégia correta, a hidratação antes e durante a prova, a alimentação com muito carboidrato na véspera da corrida e treinos leves na semana que precede a maratona são outras dicas importantes da organização.

Prova aquece o turismo na baixa temporada

Destino turístico conhecido em todo o país, Bombinhas é um atrativo a mais para que corredores de 22 estados e até do exterior participem da competição. As inscrições esgotaram no mês passado, incluindo representantes do Uruguai, Paraguai, México, Argentina e Áustria.

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Uma pesquisa feita pela organização do Indomit aponta que cada inscrito traz consigo, em média, outras três pessoas para acompanhar a competição. Com isso, a expectativa é que ao menos quatro mil pessoas visitem a cidade em função da corrida.

Segundo a Secretária de Turismo de Bombinhas, Sabrina Erinete de Souza, a prova é o evento privado que mais atrai turistas para a cidade na época de baixa temporada. Como a entrega dos kits para os participantes começou na quinta-feira, muitos maratonistas permanecem até quatro dias na cidade, movimentando a rede hoteleira e gastronômica.

– Agosto é o mês mais crítico para o turismo na cidade e este evento é muito importante. Queremos mudar a visão das pessoas de que Bombinhas possui apenas praias. Os esportes de aventura, como as trilhas, são opções para o ano inteiro – diz Sabrina.

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A prefeitura apoia o evento cedendo parte da estrutura necessária para a realização

da maratona.

Protesto pede preservação ambiental

A maratona também fará um protesto do grupo Unidos por Bombinhas. Além de faixas espalhadas pelo trajeto, 500 bandanas serão distribuídas entre os competidores, com os dizeres “Salve a Costeira”. O acessório faz alusão à área de mata da Costeira de Zimbros. No local a prefeitura pretende transformar uma trilha em estrada para a passagem de materiais que serão utilizados na obra de ampliação de uma barragem.

– Não somos contra a obra da barragem, ela é muito importante para a cidade. Porém, a abertura da estrada pela mata irá causar uma degradação ambiental de mata atlântica. O transporte poderia ser feito pelo mar – argumenta Aline Silva, uma das integrantes do movimento.

Outra preocupação do grupo é que a abertura da estrada estimule a especulação imobiliária no local. Segundo Aline, a área deveria ser de preservação ambiental e a manifestação pretende conscientizar a comunidade e os desportistas da

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sua importância.