Duas provas de corrida – e muita resistência – agitam o Estado no próximo fim de semana. Em Florianópolis, o terreno é o asfalto na Maratona Caixa de Santa Catarina. Em Bombinhas, o desafio é por trilhas e praias na Indomit. Veja dicas e conheça as experiências dos atletas que já correram:

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Quebrando recordes no asfalto em Florianópolis

A Maratona Caixa de Santa Catarina é conhecida como uma das mais rápidas do Brasil. Resultado de um percurso plano pelas ruas de Florianópolis e pelo clima ameno, que desgasta menos os participantes. A maior procura pela prova de 42 km ainda é de homens – no ano passado, eles foram quase 90% dos que concluíram o trajeto na Capital.

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Fernanda Stahelin, 33 anos, foge à regra. A agente penitenciária de São Pedro de Alcântara vai para a sua terceira participação, com desempenho de colocar inveja em muito marmanjo. Terminou entre a elite em 2014, na quarta colocação, com o tempo de 3h44min24seg – o que ainda está 15 minutos acima de seu recorde pessoal. A Maratona de SC já virou obrigação em seu calendário.

– Primeiro porque Floripa é linda, né? Eu me identifiquei com a distância da maratona, gosto de um desafio, o impossível é uma palavra que me cutuca – conta Fernanda.

Ela dá dicas para quem vai correr na Capital no próximo domingo:

– A parte complicada da prova é se tiver vento. Não tem uma parte mais difícil, o difícil é sempre depois dos 35 km, não pode começar com a corda toda. E comer muito carboidrato nesta semana, tomar bastante líquidos, além de caprichar na proteção contra o sol – aconselha.

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Percurso plano

Apesar de qualquer maratona exigir mais resistência do que velocidade, por sua longa duração, a de Florianópolis é uma das mais rápidas do país, por sua altimetria plana e clima ameno. Por isso, é muito procurada por corredores amadores que buscam quebrar seus recordes pessoais.

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Mesmo sendo uma prova urbana, não faltarão belas paisagens para distrair os participantes. Os 42 km passam por toda a Beira-Mar Norte, nos sentidos UFSC e centro, e depois na Via Expressa Sul. No caminho, claro, a vista da Ponte Hercílio Luz.

2h21min05seg

É o recorde da Maratona Caixa de Santa Catarina, conquistado em 2012 pelo queniano Barnanas Kiplagat Kogsei. Entre as mulheres, o melhor tempo já registrado foi de Graciete Moreira, em 2013, com a marca de 2h47min01seg.

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Outros desafios

Além da principal prova, de 42 km, o evento em Florianópolis oferece percursos de 10 km e 5 km para os iniciantes.

2200

Foi o número de participantes na edição do ano passado, no total das provas de 42 km, 10 km e 5 km. Quem se animar a participar de alguma delas no próximo domingo ainda pode se inscrever até a quarta-feira, pelo valor de R$ 80 a R$ 95.

Cuidados e acessórios

Independentemente da previsão do tempo, protetor solar é artigo indispensável. Boné, viseira e óculos de sol também ajudam se a previsão for de céu aberto. Para quem está bem preparado, o maior erro costuma ser largar muito forte, empolgar-se nos primeiros quilômetros e depois não segurar o ritmo ou até mesmo desistir na reta final. A prova oferece postos de hidratação, resta ao corredor se preocupar com a reposição de sais e carboidratos.

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Superação em meio à natureza em Bombinhas

Bombinhas, no litoral catarinense, é um dos destinos preferidos dos turistas no verão catarinense, mas no próximo sábado se transforma no paraíso dos praticantes de trail run, a corrida de trilha, que desembarcou no Brasil por ali mesmo.

Foi em 2009 que surgiu a inovadora K42 Bombinhas, hoje Indomit, na época um inédito desafio de 42 km por trilhas, areia, estradas de terra e costões de pedra e que hoje é uma das principais competições de resistência por trilhas do país.

Para Giliard Pinheiro, 35 anos, que venceu cinco das seis edições disputadas, apesar das subidas e descidas no trajeto, fazer uma prova fora do asfalto pode ser mais fácil do que parece.

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– O asfalto é aquela mesma batida, o mesmo ritmo o tempo inteiro. Aqui a vibração é muito diferente. Quando tem um morro você caminha, até eu sou obrigado a andar. E o campeão não é quem chega primeiro, é todo mundo que passa o pórtico de chegada – defende, com paixão, Giliard, que é pintor e reside na própria cidade de Bombinhas.

Claro que é preciso uma preparação específica antes de encarar a corrida.

– O pessoal sente muito as coxas por conta das descidas, e tem muita troca de ritmo. Também tem que controlar o ritmo na largada, que é muita rápida, mas logo em seguida tem um morro. E se chover fica bem perigoso – comenta o corredor.

Subidas e descidas

Quem se arrisca a correr uma prova de trilha não pode ter medo de morros. Entre os trechos de praia e estrada de chão da Indomit Bombinhas, são várias as subidas e descidas íngremes. A diferença entre o ponto mais baixo e o mais alto da prova é de 294 metros.

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O trajeto passa pelos principais pontos turísticos da cidade. Praias de Mariscal, Quatro Ilhas, Bombinhas e Bombas estão no roteiro, sem contar a vista privilegiada a partir dos pontos mais altos dos costões. O contato muito próximo à natureza é um dos pontos fortes da competição.

3h07min22seg

Foi o tempo registrado por Giliard Pinheiro em 2009, recorde da prova até hoje. A argentina Adriana Vargas tem a melhor marca no feminino, 4h00min34seg, conquistada em 2013.

Outros desafios

A Indomit Bombinhas quer ser um evento para muitos amigos e toda a família. Além da maratona individual, é possível percorrer os 42 km em dupla (21 km para cada), optar por fazer apenas 12 km e há ainda uma prova voltada para as crianças, de 300m a 2000m.

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1000

É o número limite de inscrições oferecidas pela organização da prova, já esgotadas para a edição deste sábado.

Cuidados e acessórios

É preciso ter um bom preparo físico para encarar as inclinações que exigem muito de musculatura e articulações, além do cuidado extra com quedas e torções, já que o terreno é irregular, com pedras, lama e galhos pelo caminho. Um tênis específico para trilha é aconselhável. O corredor deve levar a própria garrafa para se reabastecer nos postos de água distribuídos pelo percurso.