Êxodo positivo para o crescimento

Outros ativistas, vestindo coletes salva-vidas – símbolo do êxodo e seus perigos – também exigia que um acesso seguro na Europa seja oferecido aos migrantes durante uma manifestação no campo de registro e seleção (chamado de “hotspot”) de Moria, onde Tsipras e Schulz estavam.

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“Abram as portas, fim aos afogamentos”, exortavam seus cartazes, repetindo as chamadas que se multiplicam na Grécia em favor da abertura de uma passagem na fronteira terrestre greco-turca, onde uma cerca foi erguida em 2012.

Tsipras descartou a possibilidade de um tal gesto em nome de uma “gestão responsável” dos fluxos.

A Comissão Eruopeia prevê a chegada de um milhão de pessoas em 2015, 1,5 milhão em 2016 e meio milhão em 2017. Estas chegadas são traduzidas por um aumento da população do bloco de 0,4%, uma vez que as solicitações de asilo sejam aceitas.

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Este movimento, “existirá um impacto sobre o crescimento econômico que poderia ser leve, mas positivo para a UE em seu conjunto, e aumentar o PIB em entre 0,2% e 0,3% em 2017”, afirmou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, em uma entrevista coletiva.

Esta avaliação “vai de encontro a muitas ideias”, declarou Moscovici num momento em que os membros da UE não se entendem sobre a partilha dos migrantes.

A avaliação leva em consideração os gastos públicos adicionais, assim como o aporte da mão de obra adicional no mercado de trabalho, segundo Moscovici.

Também nesta quinta-feira, a ONU revisou em alta a previsão da chegada de migrantes à Europa e prevê a entrada de mais 600.000 pessoas em quatro meses, procedentes da Turquia.

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“Entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) antecipa que podem acontecer, em média, 5.000 chegadas por dia a partir da Turquia, provocando um total de 600.000 chegadas a Croácia, Grécia, Sérvia, Eslovênia e a ex-república iugoslava da Macedônia”, afirma um comunicado.

A Alemanha igualmente informou nesta quinta-feira que o país registrou a entrada de 181.166 migrantes em outubro, um número recorde, que eleva a 758.473 o total desde o início do ano.

Para tentar limitar as travessias do Mediterrâneo, a UE tentará obter dos países africanos um maior esforço para o controle de fluxo durante a cúpula de La Valette, prevista para Malta entre os dias 11 e 12 de novembro.

* AFP