O condutor do trem que descarrilou na semana passada em Santiago de Compostela matando 79 pessoas admitiu “um descuido”, segundo a imprensa espanhola. Francisco José Garzon, 52 anos, maquinista desde 2003, prestou depoimento ao juiz encarregado do caso e ficou em liberdade provisória sem fiança, mas precisará comparecer todas as semanas ao tribunal e durante seis meses não poderá dirigir trens ou deixar o país sem autorização.

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Garzón disse que pensava estar em outro trecho do trajeto e que “chegou a frear”, mas já tarde demais. O maquinista teria evitado se queixar do traçado , das condições da via e tampouco do estado do trem, segundo fontes judiciais citadas pelo jornal El País.

Garzón não teria conseguido frear a tempo em um trecho da ferrovia entre Madri e El Ferrol e um trecho no qual a velocidade autorizada passa de 220 a 80 km/hora a 4 km da estação de Santiago de Compostela. Ele foi acusado no domingo de “79 crimes de homicídio, todos eles cometidos por imprudência”.

Ferido no acidente, a fotografia de Garzón sendo socorrido pelos serviços de emergência com o rosto ensanguentado e aspecto aturdido rodaram o mundo.

Seu comparecimento perante o juiz Luis Alaez, que durou cerca de duas horas, ocorreu no mesmo dia em que o governo da Galícia elevou o balanço de vítimas fatais a 79 pelo falecimento de uma mulher de nacionalidade americana.

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Com ela, chega a oito o número de estrangeiros falecidos, entre eles uma mexicana, uma dominicana, uma venezuelana e um brasileiro. Além disso, ainda há 70 pessoas internadas, 22 delas em estado grave.

A investigação deve esclarecer o que ocorreu na cabine de comando antes das 20h42min, hora do acidente, e se o maquinista, apesar de ter percorrido esta via ao menos 60 vezes, cometeu um erro ou uma imprudência.