Saca aquele velho bordão, a primeira impressão é a que fica? Pois é… O embrião do Maquinarios vem de Tocantins, mas em 2014 dois terços da formação fincou base em Chapecó, investindo na divulgação do EP Seis Milhas para o Inferno (2013) enquanto buscavam um baterista definitivo nas terras catarinenses.
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Formação completa, o début Intacto vem à luz avançando para além da extensão pesada e setentista do EP. Citar a influência do Black Sabbath é inevitável, mas a forma como o trio explora e mascara tudo faz com que se esquive da armadilha de soar como um tributo glorificado. Os arranjos adquirem contornos próprios, mais metálicos, cuja crueza de emoção faz com que o ouvinte apenas queira viver o momento e curtir cada canção.
O Maquinarios extrapola no quesito qualidade. Sempre favorecendo a distorção, o pessoal tem a manha em cantar na língua portuguesa e explora linhas vocais sem excessos – os agudos estão muito bons e contribuem muito para a fluidez da audição. E a construção dos riffs, melodias dos solos, seção rítmica marcante e refrãos grudentos sem apelação seguem refletindo o nível de inspiração do Maquinarios.
Novamente a produção contou com as mãos dos mestres paulistanos Marcello Pompeu e Heros Trench no Mr. Som Studio. E quem conhece seu trabalho sabe a potência e definição que a dupla extrai das bandas com que trabalha, tanto que faixas como Um Grito na Noite, Veneno, Sangue e Destroços, Além da Estrada (presente no citado EP) e Anjo ou Réu falam por si.
Em digipak, a arte da capa é belíssima, o que engrandece ainda mais Intacto como produto. Faixa após faixa vai-se concluindo que o Maquinarios é comprometido com o heavy metal verde-amarelo feito com atitude, o que certamente garantirá a satisfação do mais exigente apreciador da linha clássica do gênero. O pau come firme por aqui! lml
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Formação:
Watson Silva: voz e guitarra
Matheus Andrighi: baixo
Diego Massola: bateria