Rafael Cesar Aguiar, de 29 anos, chegou nesta quarta-feira em casa por volta de 22 horas, depois de um dia de trabalho. Ao tentar ligar a televisão, viu que o aparelho de sua TV por assinatura não funcionava. Reparou que o aparelho de DVD e o videogame dos filhos também estavam queimados. Começou a reparar nos demais eletrodomésticos, e até a sua máquina de lavar não funcionava. Logo de cara se assustou:
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– O que aconteceu durante o dia por aqui?
O vizinho de seu prédio bateu em sua porta e para sua surpresa, ele também foi prejudicado por uma suposta pane elétrica. Sua primeira reação foi ligar para a Celesc. Descobriu com os demais moradores da rua Wenceslau Braz, do bairro Floresta, que mais pessoas estavam passando pelo mesmo problema. A balconista Ana Paula França, por exemplo, teve sua geladeira queimada. Já na casa da aposentada Nair Oliveira foi um carregador que explodiu.
O transtorno foi causado por uma máquina retroescavadeira da empresa Águas de Joinville, que fazia uma obra na rua na manhã de quarta. Por volta de 10 horas, a máquina atingiu um poste. Ainda na mesma manhã, equipes da Celesc estiveram no local para recolocar uma nova estrutura e a energia elétrica voltou antes do meio dia. Mas o dano já estava causado. E mais de 10 moradores foram prejudicados pelo possível curto causado pelo acidente.
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Na casa da dona de casa Sandra Regina de Moliner, 49 anos, foram cinco itens perdidos. O mais caro será o conserto do motor do portão eletrônico. Mas o que a intrigou mesmo foi a orientação que recebeu da Águas de Joinville.
– Nos falaram para levarmos três orçamentos diferentes e o boletim de ocorrência. Vamos ter que ir para lá e para cá ainda para procurarmos preços diferentes – disse Sandra, indignada.
O que diz a Águas de Joinville
De acordo com a Águas de Joinville, quando alguém precisa entrar com algum pedido de ressarcimento à autarquia, é praxe o pedido de três orçamentos diferentes. O mais barato será o escolhido – assim como funciona em todos os processos de compra ou contratações de serviços. Será aberto um processo administrativo feito pelo atendimento. A autarquia tem 45 dias para ressarcir o dano.
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No entanto, o morador terá que comprovar que o eletrodoméstico ou o eletrônico foi danificado pelo acidente desta quarta-feira. Será preciso apresentar um laudo que especifique que o aparelho foi queimado em um possível curto.
– O laudo da assistência técnica que ele mandou arrumar o equipamento já serve – explicou o gerente de serviços operacionais, Fernando Figueiredo da Silva.
Os moradores, não satisfeitos, reclamaram da burocracia. Rafael Aguiar, por exemplo, deve procurar um advogado.
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