A doença mão, pé, boca chama-se Coxsackie A16 e pertence à família dos enterovírus, que habita normalmente o nosso sistema digestivo. E é responsável por aftas na mucosa da boca.
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A doença causada pelo Coxsackie A16 é contagiosa e se propaga, principalmente, em crianças com menos de 5 anos de idade, sendo mais frequente dos 6 meses aos 3 anos.
Apesar do público infantil ser o mais afetado, no entanto, o vírus pode acometer também os adultos. As lesões da doença se concentram mais nas mãos, nos pés e na boca.
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Surtos em cidades brasileiras
No Brasil, essa doença é mais frequente no verão e no outono. Isso porque na primeira infância, as crianças ficam com a imunidade mais vulnerável ao contágio sazonal das doenças. Que se modificam a cada estação do ano, com a transição das temperaturas.
Neste ano, atipicamente, o vírus mão, pé e boca provocou pequenos surtos em várias cidades brasileiras, levando algumas escolas a suspender as aulas do ensino infantil. Visando impedir a contaminação entre os alunos. Chapecó, em Santa Catarina e Ourinhos, em São Paulo foram alguns dos municípios atingidos pela doença.
O vírus mão, pé e boca é uma infecção que causa principalmente febre e erupção cutânea nas mãos, nos pés e na boca. A doença pode ser confundida com outras síndromes mais graves, como rubéola, estomatite aftosa, sarna, escabiose e vesículas na pele, já que seus sintomas são parecidos.

Por isso, é necessário prestar bastante atenção nas suas características. E, em seguida, buscar orientação médica, para que possam ser descartadas doenças mais complicadas.
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Fique de olho nos sintomas do vírus mão, pé e boca
Na prática, o vírus mão, pé e boca não traz problemas sérios à saúde das crianças. E costuma ter evolução autolimitada, ou seja, possui períodos definidos de início e término dos sintomas. O período de incubação da doença é de quatro a seis dias, em média:
A doença regride espontaneamente no organismo e raramente pode deixar sequelas. O que mais incomoda são as feridas na cavidade oral, dificultando aos pequenos a ingestão de líquidos e alimentos.
Sintomas do vírus mão-pé-boca
- Febre alta (acima de 38 graus) nos dias que antecedem o surgimento das lesões. Apesar de pouco frequente, podem ocorrer casos sem febre
- Aparecimento de feridas dolorosas na parte interna da boca, como as aftas, nas amígdalas e na faringe, apresentando manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro
- Aumento de gânglios no pescoço
- Erupção cutânea de bolhas dolorosas, em geral nas palmas das mãos, nas plantas dos pés, na boca, nas nádegas e na região genital
- Ocasionalmente, as bolhas podem aparecer nos braços, na parte superior das pernas ou na região genital
- Menos comumente, podem estar presentes no tronco e na face.Mal-estar, falta de apetite, vômito e diarreia
- Dor de cabeça
- Dor de garganta ou dor bucal e muita salivação
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Diagnóstico somente pode ser confirmado por médicos
Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie pode levar a todos esses sintomas. Às vezes, a doença pode apresentar menos erupções cutâneas e mais dor de garganta, por exemplo. Para tirar as dúvidas e ter um diagnóstico correto, o ideal é a realização de exames laboratoriais que devem ser solicitados por médicos.
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O vírus mão, pé e boca costuma evoluir de forma benigna e sua cura normalmente é espontânea depois de 7 a 10 dias. A complicação mais séria pode surgir quando a criança não consegue beber líquidos por causa da dor de garganta, podendo dessa forma ficar desidratada.
Outras consequências oriundas do vírus são raras, como meningite viral ou asséptica, encefalite, encefalomielite e paralisia flácida aguda.
Quanto ao diagnóstico, que é principalmente baseado nos sintomas descritos anteriormente e nas lesões aparentes, o vírus pode ser identificado com mais certeza por meio de exames de fezes e a sorologia.
Por isso, o diagnóstico é clínico e deve ser feito quando a criança está entre o terceiro e o quarto dia de febre, período no qual começam a surgir as aftas na boca e manchas no corpo. O vírus mão, pé e boca pode evoluir a partir de um quadro de gripe, coriza, tosse e até diarreia.
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Como o vírus mão, pé e boca é transmitido
A transmissibilidade do vírus mão, pé e boca é alta. Pode ocorrer pelo contato direto com a secreção de via respiratória e saliva, pelas feridas que se formam nas mãos e pés e pelo contato via oral com as fezes da pessoa infectada. A doença pode também ser transmitida por meio de alimentos e de objetos contaminados.
Um alerta importante: mesmo depois de recuperada, a criança ou o adulto pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias.
Diante disso, torna-se necessário muito cuidado e higiene no momento das trocas de fraldas das crianças. O cuidador deve lavar sempre bem as mãos e evitar o contato com olhos, boca e nariz.
Vale a pena ressaltar que a grande maioria dos adultos não desenvolve nenhum sintoma da doença, mas pode contaminar outras pessoas. Então, mais uma vez, a importância de manter as mãos sempre limpas é reforçada. E lembre-se: As pessoas são mais contagiosas durante a primeira semana da doença.
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O vírus mão, pé e boca é transmitido por:
- Uma pessoa infectada (ao abraçar, beijar ou tocar, por exemplo).
- Gotículas disseminadas pelo ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra.
- Fezes, como ao trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar os olhos, o nariz ou a boca antes de lavar as mãos
- Objetos e superfícies contaminados, como maçanetas e brinquedos, depois tocar os olhos, a boca ou o nariz antes de lavar as mãos.

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Tratamento do vírus mão, pé, boca
Especificamente para a enfermidade transmitida pelo vírus mão, pé e boca, não há um tratamento e nem vacina preventiva para combatê-lo. Mas, como qualquer outra virose, a síndrome dura de três a sete dias.
Portanto, ao observar os sintomas, busque marcar uma consulta com o médico pediatra, para que ele possa fazer uma avaliação e até pedir alguns exames para confirmação ou não da presença do vírus.
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Para aliviar a dor dos sintomas, normalmente, os médicos receitam analgésicos e antitérmicos.Dependendo do caso, o profissional prescreve, ainda, anti-inflamatórios, remédios para a coceira e pomadas para as aftas.
Geralmente, as feridas cicatrizam rapidamente. Nos casos mais graves, quando elas infeccionam, pode ser indicado antiviral ou antibiótico.
Como parte do tratamento, não é recomendado oferecer sucos e alimentos ácidos, nem nada muito quente ao doente. O ideal é ingerir líquidos de morno para frio. Para as crianças contaminadas, é aconselhável realizar a limpeza da boca com gases e água.
Como cuidados básicos, os especialistas fazem algumas recomendações importantes. Veja quais as dicas para quem pegou o vírus e também, em alguma medida, para evitá-lo:
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O paciente precisa descansar. Evite sair, pelo menos, de 5 a 7 dias após início dos sintomas. As crianças contaminadas devem evitar ir à escola, creche, passeios, festas, etc. Tudo para que não tenham contato com outras pessoas, já que o vírus é transmissível.
- Fazer refeições leves e saudáveis, ingerindo alimentos pastosos, como purês e mingaus, gelatina e sorvete, porque são mais fáceis de engolir.
- Beber bastante água, sucos naturais e chás para manter a hidratação do corpo.
- Evitar abraçar, beijar e ficar muito próximo do paciente.
- Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir. O uso de máscaras pode ajudar.
- Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos.
- Procurar lavar superfícies, objetos e brinquedos porque podem estar contaminados. Utilizar nesta hora água e sabão. Desinfetar também com água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa).
- Descartar as fraldas e os lenços de limpeza em sacos, vedando-os depois, colocando em latas de lixo fechadas.
- Lavar sempre as mãos, principalmente quando estiver em contato com a criança doente. Não esquecer de manter hábitos saudáveis, já que o vírus pode ser contraído mais do que uma vez. Isso acontece porque apesar de o organismo melhorar a imunidade contra a infecção, a doença pode voltar por meio de outros sorotipos desse vírus, aos quais o corpo ainda não desenvolveu resistência.
Para anotar e compartilhar
Todos os casos de vírus mão, pé e boca devem ser encaminhados ao serviço de saúde para diagnóstico e orientações, tratamento e controle.
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