As Olimpíadas do Rio de Janeiro entrarão para a história como a primeira edição do evento em uma cidade sul-americana e tem gente que não quer perder a oportunidade de fazer parte da maior competição esportiva do mundo. Mais de 50 mil pessoas de todo o planeta foram selecionadas para trabalhar durante os jogos, dando suporte para que tudo ocorra dentro do planejado. Entre os voluntários, estão joinvilenses que se prepararam durante os últimos dois anos e agora estão próximos de viver de perto a emoção olímpica.
Continua depois da publicidade
Leandro realiza um sonho
O fisioterapeuta Leandro Terra, 35 anos, chega hoje ao Rio de Janeiro e começa a trabalhar no sábado, na região de Deodoro, onde vai atuar na área de treinamento do atletismo e voleibol até o dia 17. O joinvilense, que também é formado em educação física, sempre foi apaixonado por esportes e jogou vôlei nas seleções de Joinville e de Santa Catarina. Na época em que era atleta, sonhava em disputar as Olimpíadas, mas os objetivos mudaram com o passar dos anos. Segundo ele, a realização do sonho agora poderá ser até mais interessante do que o planejado, já que vai unir as duas paixões: o esporte e a fisioterapia.
– A expectativa é enorme com todo esse espírito dos Jogos Olímpicos. A essência do evento é muito bacana, com aquela coisa da união dos povos, da interatividade com atletas e profissionais. Serão 50 mil voluntários que vêm do mundo inteiro, então espero trocar experiências profissionalmente e conhecer a cultura de outros povos, que também é muito bacana – conta.
Continua depois da publicidade
Leandro foi um dos quatro fisioterapeutas de Joinville selecionados para as Olimpíadas – outro profissional foi convocado para os Jogos Paralímpicos. O processo seletivo começou em agosto de 2014, com cursos preparatórios e contou com uma entrevista e a análise do currículo antes da definição dos escolhidos. Durante o período em que estará no evento, ele fará parte do time de fisioterapeutas responsável por dar suporte às delegações que já contam com uma equipe médica formada e para atletas que não trouxeram profissionais ao Brasil para acompanhá-los individualmente.
Como os competidores do vôlei e do atletismo – modalidades que serão acompanhadas por Leandro – chegam aos jogos com uma carga de treinamento muito alta, aumenta o risco de lesões durante os treinos e as provas. O papel do profissional joinvilense será realizar o tratamento fisioterapêutico com esses atletas, tentando reduzir a dor e o processo inflamatório para que voltem a competir em um curto espaço de tempo.
– É um know-how e uma experiência que pretendo adquirir em uma oportunidade única como as Olimpíadas, que provavelmente não vou mais viver. Meu objetivo era esse desde quando me inscrevi. Durante o treinamento, houve cursos de muito alto nível que, sinceramente, já me dava por satisfeito, mas a convocação para ir aos jogos é uma coroação, a cereja do bolo – conta.
Continua depois da publicidade
Leia as últimas notícias de Joinville e região.
Maria Goreti vai dar suporte à imprensa
A professora de inglês e jornalista Maria Goreti Gomes, 54 anos, é outra joinvilense escolhida para trabalhar como voluntária durante os Jogos Olímpicos. Ela embarca para o Rio de Janeiro na próxima semana, quando começa a atuar como auxiliar de imprensa nas competições de badminton, na região da Barra da Tijuca. Será responsabilidade dela ajudar os fotógrafos e cinegrafistas durante os jogos e assegurar que eles não ultrapassem os limites na área reservada à imprensa no ginásio.
O nome de Maria Goreti apareceu na lista de selecionados para o voluntariado no final do ano passado, quando começou a preparação para o trabalho. Ela viajou ao Rio para treinamentos presenciais, realizou testes de fluência em inglês e também participou de cursos online no site dos jogos olímpicos. No entanto, a grande surpresa foi descobrir em qual modalidade atuaria durante a competição.
– Quando eu recebi a carta-convite e li “badminton“, pensei: o que é isso? Não fazia ideia, mas fui pesquisar sobre o esporte. Segundo as informações que tive no último treinamento, foi o primeiro esporte em que acabou a venda dos ingressos nas Olimpíadas – conta.
Continua depois da publicidade
Como o esporte foi criado pelos indianos e é dominado pelos chineses, Maria Goreti espera ter contato com essas pessoas e praticar ainda mais a língua inglesa. Essas foram as grandes motivações para que ela se inscrevesse para ser voluntária durante o evento: conhecer gente nova, fazer conexões que possam render viagens futuras para outros países e aprimorar o segundo idioma, além de ser a única oportunidade que terá para participar do maior evento esportivo do mundo no Brasil.
A jornalista se mostra muito empolgada em fazer parte dos Jogos Olímpicos e salienta que, apesar de todos os problemas políticos e econômicos pelos quais passa o País, o evento traz aspectos positivos para o Brasil, como a geração de emprego. Quando as pessoas perguntam o porquê de ela ir trabalhar de graça nas Olimpíadas, Maria Goreti lembra das palavras de John F. Kennedy, ex-presidente dos EUA, que ouviu durante um curso de inglês: “Não pergunte o que o país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pelo seu país”. É com esse espírito que ela chegará ao Rio na próxima quarta-feira e contribuirá para o sucesso das Olimpíadas de 2016.