* Por Thais Arbex e Daniel Carvalho

A ex-deputada Manuela D'Ávila (PC do B) disse na noite desta sexta-feira (26) que intermediou o contato entre um dos presos na terça-feira (23) sob suspeita de ter hackeado celulares de autoridades e o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil. Em nota, Manuela disse que não tinha conhecimento da identidade da pessoa que entrou em contato com ela e ofereceu seu celular para perícia.

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Em depoimento à Polícia Federal (PF), Walter Delgatti Filho afirmou que obteve o contato de Greenwald por meio da ex-deputada, que está no exterior com a família. O teor do depoimento foi revelado nesta sexta-feira (26) pela GloboNews.

Manuela disse ter tomado conhecimento da menção ao seu nome pela imprensa. Segundo a nota, em 12 de maio, a ex-deputada foi comunicada pelo aplicativo de mensagens Telegram de que seu dispositivo havia sido invadido no estado da Virgínia, nos Estados Unidos (EUA).

"Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras", diz Manuela no comunicado.

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"Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza", afirma a ex-deputada em nota.

Manuela diz que pensou se tratar de uma armadilha montada por adversários políticos e que, por isso, repassou o telefone do jornalista americano.

"Apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald."

A ex-deputada insiste na nota que desconhece a identidade de quem invadiu seu celular e se coloca à disposição para ajudar no esclarecimento dos fatos. Ela afirma que orientou seus advogados a entregar à Polícia Federal (PF) cópias das mensagens que recebeu e a informar formalmente que está disposta a apresentar seu celular para perícia.

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Segundo o depoimento, Delgatti procurou Grennwald por conhecer sua atuação no vazamento de documentos secretos dos EUA, no caso de Edward Snowden. O compartilhamento com o Intercept, segundo o preso, foi voluntário e não envolveu pagamento.

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