O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que previa para 2010 um crescimento econômico de 4,5%, agora trabalha com a hipótese de uma expansão de “3% ou 4%” no próximo ano.
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No Senado, o ministro também admitiu que, durante o primeiro trimestre deste ano, a economia teve “um crescimento negativo” por uma “forte queda da atividade”, mas não quis fazer projeções e preferiu esperar os dados oficiais consolidados, que serão divulgados em 9 de junho.
O resultado significaria que o Brasil teria entrado em uma recessão técnica, pois, no quarto trimestre de 2008, a economia brasileira já registrou contração de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
– Que me desculpem os economistas, mas esse conceito de recessão técnica pode ser adotado ou não – disse o ministro, que assegurou que esse dado “não diz nada sobre o que acontece com a economia agora ou no próximo trimestre”, no qual garantiu que começará a haver sinais de recuperação.
Mantega manteve o discurso otimista do governo e assegurou que, apesar das atuais dificuldades, o Brasil “foi o último país” a ser afetado pelo impacto da crise financeira internacional, assim como reiterou que “será um dos primeiros a superá-la”.
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O ministro defendeu ainda que “a crise serviu ao Brasil como uma prova”, e afirmou que “será superada”, pois a economia nacional “já está em processo de recuperação”.
Além disso, garantiu que “o país tem solidez macroeconômica” e que isso permite “fazer uma política contra a crise, que significa cortar juros em vez de aumentá-los e elevar a oferta de crédito, em vez de cortá-la”.
De acordo com o ministro, a confiança dos investidores estrangeiros se manteve e isso se deve em parte à valorização do real frente ao dólar e ao elevado ritmo de negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, que, desde janeiro, acumula lucro próximo aos 40%.
Em relação a este ano, Mantega evitou fazer projeções, pois considerou “muito difícil”, pois ainda existe muita instabilidade na economia internacional.
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Para ele, 2009 será um ano de “forte recessão” nas economias mais desenvolvidas, mas “a boa notícia é que haverá uma recuperação em 2010”, que “será mais rápida nos países emergentes e mais lenta nos mais avançados”.