O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez nesta terça-feira a mais enfática defesa do salário mínimo de R$ 540, definido pelo governo por Medida Provisória que ainda será examinada pelo Congresso Nacional.
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– Se vier algo diferente disso, vamos simplesmente vetar – disse Mantega, em entrevista coletiva.
Ele argumentou que o valor definido está em um patamar que preserva o equilíbrio das contas públicas e a coerência da política fiscal.
– Um aumento acima disso pode provocar expectativas negativas, até mesmo de inflação – afirmou o ministro, explicando que um valor maior elevaria os gastos com a Previdência e deterioraria as contas públicas.
– É temerário, neste momento, um mínimo acima de R$ 540 – disse.
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Corte de gastos
O ministro da Fazenda anunciou hoje que haverá “uma redução razoável de gastos” em 2011.
– O fato é que devemos desembocar numa redução razoável de gastos. Mas não tem parâmetro. Tudo o que a gente conseguir reduzir, nós faremos – afirmou.
Mantega explicou que essa redução do gasto público faz parte “de um movimento cíclico da economia”.
– Saímos da fase de recuperação da economia, onde o Estado teve de gastar mais. Agora, estamos em outra fase, em que o Brasil está consolidado e a economia pode caminhar com seus próprios pés e não precisa tanto do estímulo fiscal – disse o ministro.
De acordo com o ministro, o estímulo fiscal será reduzido. Mantega explicou que a demanda pública vai diminuir e abrir espaço para que a demanda privada cresça.
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– Agora, o Estado pode sair, reduzir o peso e vamos ter um resultado fiscal maior – disse Mantega.
Apesar do menor peso da demanda estatal na economia, Mantega afirmou que o crescimento brasileiro vai continuar e que o PIB deve ter expansão em torno de 5% em 2011.