O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira em Moscou que a taxa de juros – e não o câmbio – é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil, que em janeiro atingiu o maior patamar desde abril de 2005. Segundo Mantega, o Banco Central tem de estar vigilante e tomar as devidas providências na hipótese de o índice de preços não desacelerar espontaneamente.
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Mantega observou que o sinal de alerta do governo acende sempre que a inflação supera os 4,5% que são o centro da meta deste ano. Perguntado se os juros iriam subir em razão da alta de preços registrada em janeiro, o ministro respondeu que essa é uma questão que tem de ser endereçada ao Banco Central.
O índice de preços atingiu 0,86% em janeiro, o maior patamar para o igual mês desde 2003 e o mais elevado desde abril de 2005. Anualizado, o percentual significa uma inflação de 6,15%. O ministro ressaltou que o governo não tem uma meta para a cotação do real em relação ao dólar, mas reconheceu que o nível atual é mais equilibrado.
Conforme o ministro, a valorização registrada nos últimos dias, que levou o dólar a R$ 1,956, não é uma resposta à alta da inflação e decorre de movimentos normais do mercado. A apreciação da moeda pode ajudar no controle de preços na medida em que torna mais baratas as importações – são necessários menos reais para pagamento do valor em dólares.
– Não houve mudança na política cambial – disse.
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Guido Mantega observa que o regime é de flutuação e vigilância para evitar excesso de volatilidade. A guerra cambial continua a estar no centro da agenda da reunião do G-20, o grupo dos maiores países industrializados e emergentes, que começa nesta sexta-feira em Moscou. Responsável por iniciar essa discussão em 2010, Mantega avaliou que a posição brasileira hoje é mais tranquila, em razão da desvalorização do real registrada a partir da metade do ano passado.