O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), disse não temer a abertura de investigação sobre envolvimento em suposto esquema do partido para empregar funcionários fantasmas. O catarinense, que acompanhou o desfile das escolas de samba em Florianópolis no sábado, atribuiu as acusações de um ex-dirigente a “fogo amigo”.
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Manoel Dias está no Estado desde quinta-feira à noite e em entrevista ao Diário Catarinense na noite de ontem negou ter conhecimento sobre o inquérito da Polícia Federal (PF) que apontou indícios de participação no suposto esquema.
– Não, eu não tenho informações sobre isso. Meu advogado está cuidado dessa questão – afirmou.
À reportagem do jornal O Estado de São Paulo, Dias havia dito não ter feito nenhum acerto para que pedetistas recebessem salários sem prestar serviços, de entidade financiada por convênios do ministério.
– Nunca fiz nenhum pedido desse tipo. Quem é esse cara para me acusar de qualquer coisa? Não falei para ele trabalhar para ONG.
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Questionado sobre a quantidade de pedetistas na folha de pagamentos da entidade, segundo concluiu a apuração da Controladoria-Geral da União, o ministro mostrou-se surpreso:
– Eles não trabalhavam? Só recebiam? É impossível que isso aconteça. Que eu saiba, não tem nada disso.
Embora a Polícia Federal informe em relatório que chegou a tratar de depoimento do ministro com advogado por ele constituído, Dias alega não ter sido chamado a se explicar.
– Não me neguei a nada. Nunca falaram comigo – sustenta.
O ministro confirmou ao DC as declarações dadas ao jornal paulista. A publicação também questionou o ministério, que informou aguardar dados oficiais da PF para se manifestar. Em nota, explicou que a ADRVale está proibida de receber recursos federais e que a prestação de contas do convênio investigado foi concluída com parecer pela desaprovação, sendo enviada para instauração de tomada de contas especial – quando são apurados o valor e as responsabilidades por falhas na execução de recursos públicos.
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A advogada que representa a ADRVale, Ana Boos, não retornou aos pedidos da reportagem do Estadão. Em outras ocasiões, ela disse que os convênios foram regulares e que as pessoas que constavam da folha, sendo ou não filiadas ao PDT, trabalharam de fato.