O técnico da Seleção, Mano Menezes, e o coordenador das categorias de base da CBF, Ney Franco, comentaram as polêmicas especulações sobre “entregar jogos” nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro. Os dois concederam coletiva no fim da manhã desta sexta logo após apresentarem os indicados ao Prêmio Craque Brasileirão.

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– Não acredito que um técnico vai chegar na frente de seu grupo na hora da preleção e pedir algo diferente do que a vitória – disse Mano, categórico. – Não discuto a ideia de entregar ou não entregar. Isso não existe em um esporte de alto nível. Mas me refiro quando duas equipes duelam em situações distintas na reta final.

Na mesma linha, Ney Franco usou como exemplo o Campeonato Sul-Americano Sub-20 que o Brasil terá pela frente. Como a fase inicial tem cinco rodadas, poderá utilizar as últimas duas para poupar atletas. O fato de descaracterizar o time também traria benefícios e prejuízos a terceiros:

– O fato de poupar atletas, tratar de lesões, etc, pode interferir na classificação de outras equipes. Mas trazendo isso para o futebol brasileiro, que é o foco agora: isso me assusta quando a torcida pede para o time entregar. Nunca passei isso como treinador. Fico preocupado a forma como a Série A está terminando – disse Ney Franco, que antes de assumir o cargo na CBF conquistou a Série B comandando o Coritiba.

Durante a entrevista, Mano também ponderou sobre as convocações de Ronaldinho Gaúcho e Douglas. Ele foi questionado se foi uma convocação isolada ou se os dois terão chances na Seleção. O treinador aproveitou para encerrar o assunto do gol sofrido no amistoso com a Argentina, quando Douglas teve a bola roubada no meio-campo. Na ocasião, Mano esbravejou na linha lateral.

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– O tamanho da nossa vida na Seleção não depende de uma decisão única nem de pequenas falhas ou grandes feitos isolados. Procuro estabelecer uma análise mais profunda, com parâmetros confiáveis. A crítica foi um desabafo, coisa de beira de campo, ali é assim mesmo, foi até um pouco mal-educado. Não vamos culpar um jogador por isso, ainda tivemos chances de neutralizar a jogada, mas não deu. Afinal não se leva gol no meio-campo.

Já sobre Ronaldinho Gaúcho, Mano foi claro na resposta. O craque do Milan terá mais oportunidades:

– Não gosto muito de individualizar o caso das convocações, mas não seria correto nem inteligente da minha parte chamá-lo apenas para um jogo amistoso, mesmo que tenha sido contra a Argentina – afirmou.