A poucos metros de entrar na Avenida Gustavo Richard, nas imediações do Centrosul, os dois mil manifestantes decretaram: “vamos fechar um dos principais pontos do trânsito de Florianópolis, o túnel”.

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Em meio aos ônibus parados na via, o grupo fez na noite desta terça-feira um novo ato que considerou marcante na Capital catarinense desde a onda de protestos pelo País.

Eram por volta de 18h40min. Eles estavam liderados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e Frente de Luta Pelo Transporte Público. O destino da passeata pegou de surpresa o comando da Polícia Militar, que não esperava o novo contratempo no trânsito em horário de pico.

– Eles descumpriram o roteiro inicial e houve esse fator surpresa – disse o comandante do 4º Batalhão da PM, tenente-coronel Araújo Gomes, ao se referir sobre o fechamento dos dois sentidos no túnel Antonieta de Barros.

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Inicialmente, os manifestantes afirmavam à PM que caminhariam da Catedral, o ponto de encontro, à Assembleia Legislativa e à casa D’Agronômica, a residência do governador.

Em meio ao protesto, o temor das autoridades era de nova interrupção do tráfego das pontes que ligam Ilha e Continente, o que não aconteceu.

Com o contratempo no rumo, a PM decidiu acompanhar à distância e não impedir o bloqueio do túnel, que paralisou o trânsito em direção ao Sul da Ilha e em direção aos Bairro Saco dos Limões, Pantanal e Trindade. A PM desviou o trânsito e considerou a operação um sucesso, apesar do grande congestionamento.

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Skatistas puxaram a tomada do túnel. “Aha, uhul, o túnel é nosso”. “Ilha da magia é do povo, não é da burguesia”, “Não somos baderneiros, queremos que não roubem nosso dinheiro”, “Passe livre já”, “A Capital vai parar”, eram as principais entonações.

A travessia ao túnel ocorreu no sentido Centro-Sul da Ilha e transcorreu sem incidentes durante cerca de 20 minutos. O barulho de apitos e do coro eram superdimensionados, causando ainda mais agitação e euforia aos participantes, a maioria jovens estudantes.

O pelotão de Choque da PM apenas acompanhou os manifestantes, embora alguns PMs estivessem com armas longas de balas de borracha desta vez, diferentemente do que se viu nos protestos da semana passada.

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