Mais um protesto contra o aumento nas tarifas do transporte urbano foi realizado no centro do Rio de Janeiro. A manifestação, convocada pelas redes sociais, reuniu milhares de estudantes e trabalhadores e começou por volta das 17h, na Igreja da Candelária, no cruzamento das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, as duas principais da região central da cidade.

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A passagem dos ônibus urbanos do Rio subiu, recentemente, de R$ 2,75 para R$ 2,95. Um grande contingente policial foi deslocado para a área do protesto, para tentar impedir tentativas dos manifestantes de parar o trânsito ou de depredar patrimônio público.

Muitos estabelecimentos fecharam mais cedo por precaução, mas não houve depredação de lojas ou bens públicos ao longo do trajeto percorrido pelos manifestantes que carregavam cartazes contra o preço das passagens e com críticas às grandes somas investidas em obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em frente ao Theatro Municipal, policiais militares fizeram um cordão de isolamento, para proteger o prédio, que é patrimônio histórico tombado. Na Cinelândia, no centro da cidade, foi feita uma votação, e os manifestantes optaram em continuar o protesto até o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além dos estudantes, que formam a maioria dos participantes, muitos trabalhadores e até aposentados fizeram questão de estar presentes.

Entre os manifestantes, chamou a atenção o músico Bob Lester, que diz ter cem anos de idade. Lester disse que se envergonha do país, onde só se pensa hoje com as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Para ele, a manifestação dos estudantes e trabalhadores é justa, mas não vai baixar o preço da passagem:

– Isso só vai acontecer quando (os manifestantes) fecharem o movimento cedo, ao meio-dia, não agora, quando o pessoal quer ir para a casa.

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O estudante Vitor Alves dos Santos reclama que falta dinheiro para ele frequentar o curso pré-vestibular, pois o transporte compromete seu orçamento.

– É quase impossível continuar estudando. Eu pego ônibus todos os dias para ir ao cursinho e já estou faltando há uma semana. Não está dando para continuar – disse ele.